Bem, essa gente talvez não viva até a idade da Maria Lango, porque não estão impregnados de vida como ela. E agora mesmo, com 19, 20, estão semi-mortos. Pois quem vive julgando os outros esquece de viver a própria vida.
Ontem, na palestra do José Hamilton Ribeiro, o Zé Hamilton, jornalista dos mais brilhantes (vale um google), vi num senhor de 76 anos o brilho nos olhos de quem já viveu muito, mas quer viver muito mais.
E quando perguntei se ele faria cobertura de guerra outra vez, ele ficou pensando e disse:
Vejam só a matéria de Juliana Vines, foto de Eduardo Knapp/Folhapress, publicada na Folha de S. Paulo, em 13/09/2011: Meu tempo não é aquele tempo que passou, meu tempo é hoje |
"Sempre fui alegre e otimista, mesmo com as dificuldades. Já tive épocas mais tristes, sim. Todos temos fases de grama murchinha.
Em 82, perdi meu marido e percebi o quanto faz falta uma companhia. Tive que reaprender a ficar sozinha e a procurar a companhia de pessoas, mas sem atrapalhar. Sou feliz. Só posso ser feliz. Tenho apoio da família em todos os sentidos e posso ir aonde eu quero e posso.
A maturidade faz com que a gente entenda melhor a vida e aprenda a se comunicar melhor com as pessoas, com mais gentileza. Você se dá conta de que aprende o tempo todo e que nem sempre pode fazer o que quer.
Minha saúde é boa, tirando a ferrugem. Muitas dores existem, nem todas têm remédio. Não estou sempre de bom humor, mas a maioria das vezes, sim.
A época vai mudando e temos que nos adaptar. Meu tempo não é aquele que passou, meu tempo é hoje, eu tenho o hoje. Tenho planos. Quero estar sempre de bem com a minha família e continuar convivendo com outras pessoas para aprender novos assuntos.
Voltei a estudar em 2000. Faço cursos na universidade da terceira idade. As terças e quintas, quando tenho aulas, são esperadas. Estudo direitos da terceira idade, mídias digitais e teatro. Gosto de todas as aulas."
Nenhum comentário:
Postar um comentário