terça-feira, 25 de agosto de 2009

Servidores técnicos X Bolsistas

O problema não é novo e não existe só na UFSC. Muitos monitores-bolsistas desempenham as funções de um técnico concursado, às vezes tem a mesma carga horária e até mais responsabilidades que muitos técnicos. E recebem menos que um salário-mínimo, não tem benefícios, nem carteira assinada, tem de prestar contas de tudo o que faz e muitas vezes é exigido além de sua qualificação.

Quando eu trabalhava no Projeto Sala Verde tinha uma carga horária de 20 horas semanais, assim como os outros sete monitores, mas muitas vezes trabalhávamos bem mais que isso enquanto víamos técnicos chegando com horas de atraso, saindo com horas de antescedência, tirando licenças e mais licenças enquanto a gente tinha que barganhar uma semana de férias para passar com a família, enfim, trabalho que é bom nada.

Não acho ruim, porque aprendi muito mais na Sala Verde que em qualquer outro lugar que já trabalhei e nossas funções lá eram sempre dentro de nossas áreas de conhecimento, uma extensão de saberes, realmente. Fora que a gente podia ser protagonista, tinha contato com pessoas interessantes e podia fazer muitas coisas construtivas.

O que achava e ainda acho injusto é que com essa disparidade, os funcionários concursados achem que trabalhar oito horas diárias é muito. O sindicato está encabeçando uma luta para que se reduza a jornada para seis horas. São 30 horas semanais, com o mesmo salário. E nós que chegávamos a trabalhar esse mesmo tanto sem receber nem hora extra e nem sequer um salário mínimo, não podemos nem reclamar, porque afinal, as bolsas são 'benefícios'.

Também sei que tem muito bolsista picareta que só preenche a vaga e não trabalha nada. E mesmo entre as bolsas há diferença de carga horária. Agora eu estou em uma de 12 horas semanais, recebendo o mesmo tanto que recebia na Sala Verde. Só que agora tenho que cumprir funções que estão mais para um serviço de técnico que de um monitor de Jornalismo.

Não acho ruim novamente, porque é interessante para mim trabalhar com Flash e vou aprender mais se precisar dar aulas, só que dar aulas de flash não seria uma função técnica ou obrigação do professor? Mesmo porque requer um conhecimento que não possuo, uma vez que só aprendi o que precisava para meus trabalhos finais. Se querem um técnico porque não contratam um técnico?

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