sábado, 30 de julho de 2011

Um cara chamado Shakespeare

Bem, nesse semestre que passou resolvi fazer coisas que nunca antes havia pensado em fazer, a começar pelo teatro e pelo ballet. Apesar de adorar estar no palco, nunca tinha pensado em fazer teatro, confesso que não gostava nem mesmo de assistir. Ballet então? Hah, nem cabia no meu vocabulário.

Mãs, como diz a letra da música Dreams da banda The Cranberries: ♫♫ Oh my life. Is changing everyday. Every possible way ♫♫

Fui lá e me matriculei em ambos. De cara, na primeira aula de teatro, um outro mundo começou. Na preleção de início de atividades, Carmen Fossari, a diretora da Oficina Permanente de Teatro da UFSC, (já citei ela por aqui porque ela dirige a peça As Luas de Galileu Galilei), perguntava quem havia interpretado os clássicos.

Clássicos do teatro? Taí, nem sei o que são, mas ela foi citando Shakespeare, Bertold Bretch, e eu fui captando a mensagem: Preciso desbravar este novo mundo.

Então, neste finde resolvi estudar William Shakespeare (1564 – 1616) e, como o carinha é das antiga faz tempo, o trabalho dele já virou domínio público (de uso livre) e estão disponíveis para baixar. Tem algumas peças lá no site www.dominiopublico.gov.br.

O tio Willow aí é um cara muito considerado no teatro, na verdade todo mundo topou com ele alguma vez na vida, já que Romeu e Julieta até virou nome de doce mineiro. Só que eu quis saber: porquê? O que nas obras dele o tornam tão diferente dos outros e imortal enquanto autor? Encontrei aqui na SuperInteressante uma boa resposta e compartilho com vocês:

Por que Shakespeare é considerado um gênio?

Porque sua obra alterou o rumo da literatura mundial. Harold Bloom, famoso crítico americano e autor do livro Shakespeare: A Invenção do Humano, diz que o dramaturgo inglês entendia a alma humana como nenhum outro autor jamais entendeu. 

A razão para isso podem ter sido as circunstâncias em que escreveu sua obra. No século 16, Shakespeare era muito popular e encenava suas peças para todo tipo de pessoas. Nobres, letrados, prostitutas, gatunos e artesãos lotavam os teatros em busca de diversão. Entreter esse público, nada ordeiro ou silencioso, não era tarefa fácil e o jeito que Shakespeare encontrou foi representar no palco personagens com quem todos ali pudessem se identificar. “Os grandes gênios são espelhos nos quais os leitores acabam encontrando a si próprios”, escreveu Bloom. 

Shakespeare escreveu os maiores clássicos do teatro e criou uma galeria de personagens que fascinam a humanidade mesmo séculos após sua morte. “Todos os produtos culturais feitos depois de Shakespeare recorrem a tipos imaginados por ele”, diz Peter James Harris, professor de Literatura Inglesa da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp). 

Como Bloom e Harris, a maior parte dos críticos literários da atualidade concordam que continuamos vivendo sob o impacto das obras do bardo inglês. Chamá-lo de gênio, portanto, é fazer-lhe justiça.


Comentário: Notem que é simples a origem de sua genialidade, ele conhecia a alma humana muito bem e fazia seus personagens baseado na observação do real. Bem o que ocorre é que, enquanto humanos, tendemos a subestimar o simples.

terça-feira, 12 de julho de 2011

10 estratégias de manipulação da mídia

Encontrei pelo twitter esta lista das “10 estratégias de manipulação” através da mídia. Saiu de algum dos livros do lingüista estadunidense Noam Chomsky, conhecido pelas suas posições políticas de esquerda e pela sua crítica da política externa dos Estados Unidos.

1 – A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes.

A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”.

2 – CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES
Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

3 – A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO
Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4 – A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO
Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5 – DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE
A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê?”Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”)”.

6 – UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos.Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos…

7 – MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossíveis para o alcance das classes inferiores (ver ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”.

8 – ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE
Promover ao público a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto…

9 – REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE
Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E, sem ação, não há revolução!

10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM
No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Ouvindo e entendendo estrelas

Compartilho com vocês um dos elementos básicos da minha veia artística, o poema. Mas não é um poema qualquer, é o XIII soneto de Olavo Bilac

"Ora (direis) ouvir estrelas!
Certo, perdeste o senso!"
E eu vos direi, no entanto,
que, para ouvi-las, muita vez desperto
e abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
a via láctea, como um pálio aberto,
cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Apaziguando ânimos na Bolívia - Guia do Mochileiro Foca

No post anterior eu disse que ia contar sobre como apaziguei uma discussão num ônibus na Bolívia. Foi uma história muito engraçada que se passou em Uyuni, logo após atravessar o deserto em três dias de jipão no meio do nada e perder uma das minhas três mochilas na empreitada.

Eu havia conseguido a última passagem no ônibus diário que ía para Sucre, capital original da Bolívia. Bem, não era exatamente um ônibus, era um micro, com bagageiro no teto, do lado de fora, e a última passagem era no último banco (que não reclina) na janela. Detalhe: Janela quebrada com um frio em volta de cinco graus negativos para uma viagem à noite.

Depois de acomodar minha mochila maior no meio do corredor por medo de perdê-la naquele bagageiro medonho, sentei-me acomodando a mochila menor aos meus pés. O banco não reclinava porque logo atrás estava a parede do fundo do ônibus. Eram quase sete da noite e as pessoas estavam se acomodando nos lugares.

Eu, já sentadinha, conversava com uma dupla de brasileiros de Minas que também estavam de mochila pela Bolívia quando duas senhoras chegaram. Elas estavam usando o traje típico de chola, que as mulheres mais tradicionais usam no dia-a-dia. Uma, justamente a mais gorda, sentou-se ao meu lado e eu previ a situação do atum enlatado durante toda a viagem. A outra viu que seu lugar estava ocupado por um senhor de idade e disse a ele: "Caballero, estás en mi asiento".

O senhor insistiu que aquele lugar era dele e a senhora insistia que ele devia ir para o lugar dele, que logo se viu, era uma polrona ao lado. Acontece que o senhor era aparentemente afetado por algum tipo de esclerose devido à idade e não se dava conta de que o número que estava da passagem não correspondia ao de sua poltrona.

Em poucas frases, a discussão estava formada: Senhora chola teimosa e brava X Senhor esclerosado. E os outros passageiros começaram a tentar intervir, desastrosamente, pois ninguém tinha se dado conta ou não tinha paciência em lidar com um senhor esclerosado. Até então eu estava quieta no meu canto. Achei que se metesse meu bedelho poderia causar mais problemas porque eu era apenas uma mochileira que se metia na discussão entre dois bolivianos de idade.


O negócio foi evoluindo e logo o ônibus parecia um estádio, com os passageiros urrando a cada vez que o senhor se negava a sair do assento em que ele estava. No último urro, bem sonoro, me levantei e com minha voz nada baixinha comecei a tentar convencer o senhor a ir para o assento certo da minha forma (em castelhano, mas aqui vou botar em português o que eu disse):

- Senhor, tenho certeza de que é melhor para o senhor ir para aquele assento, porque ele é mais confortável que este que o senhor está sentado.

O senhor me olhou com uns olhinhos que mudaram da incompreensão vaga para a concordância e trocou de assento. Os passageiros urraram de felicidade pela questão resolvida e a senhora chola me agradeceu sentando finalmente em seu assento comprado.

Pronto, um final feliz. Pela paciência e tolerância. Ainda vou contar outras histórias das muitas que tenho nessa vida que Confieso que he vivido. [+]

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Movimento, uma palavra em extinção

Estamos em um mundo onde o número de obesos é maior que o de subnutridos. A porcentagem de obesos no Brasil é de 11%, menos que a China, 15%, Japão e Europa, 20% e EUA, com estimativas de 30% a 50%, de acordo com o site Brasil Escola.

E porque essa taxa é preocupante? Porque tende a aumentar devido aos hábitos de alimentação não saudáveis (o fast food e a comida industrializada principalmente) e ao sedentarismo.

Acompanhei aquele quadro do Fantástico, Medida Certa, no qual dois jornalistas do programa, Zeca Camargo e Renata Ceribelli passaram por três meses de reprogramação de seus hábitos cotidianos para melhorar a saúde. Achei interessante porque a base da reprogramação não era dieta, era movimento.

Chamou atenção um momento no qual Renata estava correndo na esteira e disse para a câmera: "Atala (o personal trainer) disse para eu chamá-lo quando completasse 300 calorias gastas na esteira". Ela o chamou e ele disse: "Só fiz isso prá dizer que nos anos 1970 as pessoas gastavam 300 calorias a mais que hoje. Isso significa que já começamos o dia com o desafio de queimar 300 calorias a mais".

Achei interessante porque se há essa diferença histórica, ela se deve principalmente às facilidades que temos hoje e que nos deixa preguiçosos e mal acostumados. Tem elevador, escada rolante, carro, delivery, tudo para facilitar nosso sedentarismo.

O mais interessante é que sedentarismo não faz mal apenas à saúde, mas ao humor, às relações sociais, ao bem estar. É bom se movimentar porque a gente se sente bem, feliz, respira bem, dorme bem e come sem culpa. Se você já fez algum exercício físico conhece bem aquela sensação de bem estar que a gente tem depois de terminar o exercício. É um `cansado, mas feliz`.

Se não tem disciplina, vale a pena fazer economia em outros itens do orçamento para pagar aulas frequentes de alguma coisa que se goste de fazer. Até porque, melhor pagar prá ter saúde do que para recuperar não é? O corpo é feito para movimentar, andar, correr, dançar, e principalmente ser feliz.

domingo, 3 de julho de 2011

Os Mais Mais da madrugada

Findes chuvoso com frio é sinônimo de casa. Muita gente diz que não tem nada prá fazer num finde com chuva, mas não é verdade! Prá comprovar resolvi fazer um Top madrugadão do sábado à noite. Confere aí:


1. Twittar com a hashtag #dormirehprosfracos.

2. Two and a Half Man - O seriado de maior sucesso da TV dos EUA. Passa no SBT.


3. Vinho chileno e comidas noturnas.

4. Altas Horas - Vida inteligente na madrugada. Passa na TV Globo, apresentado e dirigido pelo Serginho Groisman. Tem vários entrevistados e bandas legais.


5. Assistir filminhos clássicos embaixo da coberta.


6. Ler aquele livro que você comprou há séculos e ainda não leu. (tenho uma lista só prá isso!)

7. Navegar aleatoriamente pela internet baixando porcarias para ver um dia.


8. Aproveitar que é meio de ano para avaliar se suas metas de ano-novo estão sendo cumpridas.


9. Ler horóscopos antigos para saber se eles estão certos.

10. Preparar listas inúteis só para fazer alguma coisa enquanto assiste TV.