sexta-feira, 31 de julho de 2009

Tren de La Muerte

O trem saiu da Estação de Santa Cruz de la Sierra exatamente às 12 horas de quinta-feira, 29. Primeira viagem de trem e elegi el Tren de La Muerte, na versão full - parando em todas as estações - e atravessa o pantanal para chegar em Puerto Quijarro, perto de Corumbá, Brasil, às nove horas de sexta-feira.

Não foi entediante, como dizem, ouço e vejo tudo e vou aprendendo sobre as pessoas e as coisas da Bolívia, este país tão diferente. Além de ver o sol se pôr com os belíssimos pássaros pantaneiros se recolhendo em seus ninhos, ver também o sol nascer em um colorido fantástico nessas terras.

A ferrovia que leva el Tren de la Muerte matou muitos trabalhadores para que ficasse pronta e daí traz seu nome. Assim como a Madeira-Mamoré no Brasil, as doenças endêmicas foram as principais responsáveis pelas mortes.

Durante a viagem, entram bolivianas e bolivianos vendendo comida, refresco, quinquilharias, algumas crianças também. Café brasilero, salteña boliviana, limonada, empanada de pollo, pollo asado, al horno, tudo o que se imaginar de comida e quitutes.

De vez em quando o trem pára, dá um tranco, incorpora ou deixa um vagão, troca de locomotiva. É uma serpente em trilhos que vai marcando a vida de los pueblos que se espalham pela ferrovia.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Em Sucre

A capital da Bolívia, Sucre, é uma cidade histórica, belíssima, com prédios antigos e história em cada parede de seus prédios antigos.Em Sucre conheci o Museo Etnográfico, onde havia uma exposição de máscaras folclóricas e também vi, meio por acaso, uma esposição de trajes folclóricos, feitos em miniatura em bonecas.

Muy hermosos los trajecitos de todo o continente americano e das províncias bolivianas. Feitos por senhoras que trabalhavam divulgando o folclore boliviano, os detalhes eram perfeitos e continham informações sobre os países ou províncias. Me emocionou ver o hino nacional brasileiro em espanhol.

Sucre foi a cidade onde mais vi bolivianas em seus trajes típicos, de cholla, com suas várias saias sobrepostas, chapeuzinho no topo da cabeça e par de tranças com os tradicionais tullmas, adornos que prendem o cabelo no final da trança.

Em Sucre também soube que a atual conjuntura política da Bolívia está dividindo o pa[is entre oriente e ocidente. O povo de Sucre está ressentido pela preferência de Evo Morales por La Paz e isso se nota nos muros da cidade e nas conversas com os moradores que denunciam perseguições políticas e prisões sem motivo.

Além disso a economia não vai bem e há momentos que beiram a convulsão social como ocorreu no início do ano, quando várias rutas foram interrompidas e cidades inteiras se revoltaram contra o plebiscito fraudulento de Evo.

Tour Salar de Uyuni - três dias no meio do nada

Quando saímos de San Pedro, no sábado, dia 25, estávamos em 28 turistas pela Agência Atacama Mística. Saímos em um microônibus enquanto toda a bagagem ía em uma van. Paramos na aduana chilena, onde encontrei um grupo de uns 30 brasileiros que viajavam juntos. A bandeira de Santa Catarina colada no abrigo que usavam como uniforme me animou a perguntar se eram de Floripa. Eu puxei assunto em português e parecia que há séculos não falava.

É uma sensação muito estranha. Fui falando devagar, entranhando minha própria língua, tinha de pensar para encontrar as palavras. O grupo era de Joinville e estava na estrada percorrendo de ônibus vários países da América do Sul. Cada país que visitavam ganhava uma bandeirinha nos abrigos.

Os trâmites chilenos foram demorados. Apresentei meus papéis e meu RUT com o passaporte e como meu visto ainda tinha validade para mais três semanas, foi carimbado de forma a permitir minha volta. Fiquei imaginando como seria voltar, mas naquele instante era eu e eu mesma e não podia ficar alimentando sonhos. Voltei rápido para o micro, sempre preocupada com minha bagagem composta de três mochilas que carregavam tudo de mais importante que eu podia ter.

Seguimos para a aduana boliviana, sempre subindo por cerca de uma hora e meia. São Pedro e as paisagens incríveis íam ficando para trás. Os chilenos do micro conversavam animados, parecia um grupo grande de amigos viajando juntos. Sem vontade de puxar papo, botei meu MP3 e fui escutando a trilha sonora da minha despedida: The Call, de Regina Spektor, e This Is Home, da banda Switchfoot.

A letra de The Call diz: "Você vai voltar, quando eu te chamar. Não precisa dizer adeus". E a de This Is Home: "Eu procurei por um lugar para mim. Agora eu o encontrei. Este é meu lar... Isto ainda não acabou. Nós somos um milagre e não estamos sozinhos".

El Punto representa mais que uma moradia temporária, representa a casa da nossa família, de brasileiros, espanhóis, vascos, chilenos, argentinos, paraguaios, alemães, franceses, venezuelanos, panamenhos. Meus irmãos e minha família para sempre.


Enquanto via o deserto sem fim do Atacama e escutava as músicas, ía lembrando os momentos incríveis e as pessoas especiais que fizeram parte da minha estadia no Chile. Não há palavras que definam o que foi tudo isso.

Bolívia nas alturas
A burocracia na boliviana foi mais rápida. Ao chegar peguei os papéis com o guia do agência e fui prá casinha da aduana rapidinho para não ficar muito atrás na fila. Os oficiais mal olhavam os papéis, carimbavam e passavam para o próximo.

Com os papéis carimbados, fui para o lugar onde estavam estacionados os quatro jeeps da agência. Tentei resgatar minha mochila grande que estava afogada em meio às outras bagagens e tudo o que consegui foi estourar um dos cabos, tão facilmente que parecia que estava podre. Puta la wea, chinguei. E com ajuda de outro brasileiro que estava no grupo, consegui abrir espaço para puxar o mochilão. Felizmente tinha fita silver tape e vedei o buraco do jeito que dava.

Dei por falta da mochilinha da Usach - parecia uma premonição - e fui encontrá-la ainda dentro da van. Quase que levam ela de volta a San Pedro porque estava camuflada com uma capa de chuva preta toda empoeirada. Tomei café com pão redondo chileno - aquele que parece um pão sírio - e queijo. Comi bastante sem nem me preocupar com a puna. Já eram 11 horas da manhã e pelo jeito o almoço não seria pontual.

Na aduana boliviana já ficaram três, pela puna, o mal da altitude. Eram justamente três brasileiros. Assim, seguimos em 25 mais os motoristas em quatro jeeps Toyota 4X4. E logo eu ía entender porque eram necessários os 4X4.

O grupo era formado por 16 chilenos, duas alemãs, duas holandesas, três ingleses, uma australiana e euzinha que sobrei de brasileña. A mim me tocou ficar em um jeep com mais cinco chilenos. Melhor assim, porque se eu fosse com os gringos, não ía ter muito o que conversar já que meu inglês se encontra um tanto enferrujado.

No meio do nada e sem estrada
No início do tour, a gente passa por lagunas e um geiser com piscinas de águas termais. Vai se passando uma sucessão de paisagens, uma mais incrível que a outra e estrada? Nenhuma. Se os motoristas não conhecem o trecho se perdem no meio do nada. Porque na maior parte do caminho nao tem ruta.

E tem trechos que eu sinceramente pensava que o nosso motorista, um boliviano muy buena onda chamado Agapi, estava equivocado em tentar passar. Mas, a gente seguia, ouvindo música boliviana de duas fitas cassete, que junto com outra de música anos oitenta eram as únicas disponíveis.

A primeira parada é na Laguna Blanca. Vejo as fotos que tirei e penso que realmente não fazem jus ao espetáculo que é aquele lugar. A laguna é branca por causa dos minérios que descem das montanhas e pelo gelo que se forma na superfície. Dá prá caminhar por sobre a laguna nos trechos congelados. Escorregadio, mas muito interessante ver o movimento de ondinhas congelado e com um pozinho do deserto grudaod na parte mais superficial do gelo.

Havia muito animais em volta do lago, flamingos, llamas, pássaros. Cliquei todos eles exaustivamente até ver que todos já estavam indo para os jeeps.

Muita gente foi sucumbindo à puna ao longo do primeiro dia e às cinco da tarde quando chegamos ao primeiro hostal, um alojamento em frente à laguna colorada, para almoçar e jantar em um intervalo de três horas (houve um ´pequeno´atraso no almoço), alguns preferiram dormir a comer.

Eu tava bem, minha puna foi toda no dia das Lagunas Altiplânicas e já estava acostumada à altitude, apesar de me faltar fôlego para dar dois passos. A primeira noite foi sem banho, não tinha água quente no hostal, e enfrentamos temperatura de -20 graus. Eu que não tinha saco de dormir, fiquei preocupada, mas aí os que não precisavam, me passaram seus cobertores, vesti toda a roupa de frio que tinha e fui dormir sem poder me mover, de tanta roupa, e com a respiração ofegante porque faltava ar até prá dormir.

Nos próximos posts, ponho as fotos que não estou conseguindo baixar nessa lan house e conto mais detalhes.

Uyuni, segundo dia de deserto

No segundo dia pegamos as estradas mais difíceis, onde o 4X4 dos jeeps mostraram a que vieram. Eu disse estrada? Hahah, na verdade estrada não tem. Só os motoristas mais experientes, e bolivianos, conhecem o caminho, que às vezes parece inexistente. Agapi, o motorista do nosso jeep nos apresentou o deserto congelado.

Vimos faixas brancas nos lados da rota onde passava o jeep. Pensamos que era sal, mas Agapi explicou que era gelo. No lugar não tinha nenhuma planta, nem cactus, a pouca umidade que tinha vinha da neve que caía de vez em quando. A neve se acumulava e formava os blocos de gelo. Foi impressionante ver neve no meio da areia desértica. Gelo branquinho em uma paisagem de faroeste. Extremos de deserto.

Até chegar em outra laguna, onde paramos para almoçar. Era a laguna Honda, repleta de flamingos. Novamente atolei meu pé e dessa vez foi no meio do cocô branco de flamingo que se acumulava na beira do lago. Mas, que importa para quem já atolou o pé no meio do sal, da lama, da areia?

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Em Uyuni

Chegamos em Uyuni com algum atraso, porque o nosso jeep teve que parar em Colchani para comprar combustível, já que os outros jeeps tomaram emprestado do nosso e agente ficou sem. Mas, tudo certo, o tour foi sensacional, o salar, as lagunas, o deserto, tudo incrível! Bom, agora vou a Sucre, saio as 19 horas daqui de Uyuni. Detalhes do tour e fotos depois.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

O sol naciente de San Pedro e a pedra feliz

Último dia en San Pedro, sonhei com minha família, meus amigos e com minha cachorra Nininha, que como vocês sabem morreu enquanto eu estava em Santiago. Acordei às 6h20 da manhã com a sensação de que ainda afagava seu pêlo macio. Decidi que no último dia en San Pedro ía ver o sol nascer. Não foi preciso ir longe. A alguns metros do hostal encontrei um muro muito eficiente na tarefa de me apoiar na função de tirar fotos do nascer do sol.

Um frio de 5 graus negativos e a mão que opera a câmera estava em processo de congelamento. Mas a visão do sol surgindo ao lado do vulcão Licancabur, o cone mais perfeito do Chile, aquecia. Naquele cenário incrível, ouvi o silêncio do Atacama, esse lugar misterioso e magnífico, onde a natureza mostra uma variedade impressionante de frio e calor, areia e gelo, extremos que não vemos por aí, na esquina de casa.

O sol se levantou e o Licancabur - adorado como um deus pelos pueblos atacameños que lhe rendiam sacrifícios nos tempo mais antigos - mostrou seu explendor iluminado. Enquanto procurava uma fenda para subir no muro onde me apoiei para tirar fotos, encontrei um sorriso. Era um pedaço de barro seco, provavelmente resto do muro de adobe que eu subia e com a luz do sol batendo de lado, parecia sorrir para mim. Uma pedra feliz!

Na volta para o hostal percebi porque seu nome era Casa del Sol Naciente. Era a primeira casa do povoado a receber a luz do sol da manhã. Senti uma afeição muito grande pelo hostal, que mais parecia um acampamento, devido à quantidade de areia que se podia encontrar sobre as camas.

E senti que queria viver aquilo tudo, o frio intenso, as tempestades de areia, os pés atolados na lama salgada do salar, as mãos feridas de tanto frio, tinha uma vontade louca de viver, de conhecer, de sentir aquele deserto, aquele mistério. Mais um para compreender nessa imensidão de mistérios que é o universo.

Ao entardecer fui ao pueblo e depois de fazer tudo o que precisava, entrei na igrejinha branca que todos conhecem como cartão-postal de San Pedro. Resolvi fazer uma oração e agradecer tudo o que tinha vivido e pedir proteção para a segunda parte da viagem, onde estaria sozinha. E foi ali no silêncio da igrejinha e sob o teto feito de cardones, os cactus gigantes do Atacama, que comecei a ouvir uma música se aproximando.

Reconheci pelo som a banda que estava tocando desde o amanhecer perto do hostal. E pelo barulho estava se aproximando da igreja. Saí quando o barulho parecia estar à porta da igreja. Estava. Eram os seguidores de Santiago, comemorando o dia do santo com música, cantos e danças típicas, o estandarte à frente e as roupas coloridas e brilhantes. Logo em seguida vinham os ciganos, no mesmo ritmo, mesma animação.

No mesmo instante me senti transportada a minha infância em Minas Gerais, nas folias de reis que assistia admirada em Ibiá, cidadezinha onde vivi por três anos. Desde o estandarte até o ritmo da banda, as dancinhas dos foliões, os trajes coloridos, os grupos entrando um a um na igreja para prestar suas homenagens ruidosas ao santo do dia. A cultura pagã dos povos campesinos se reunindo sob teto cristão.

Resolvi ficar mais um pouco e assistir a missa. Os cantos litúrgicos são iguais os do Brasil, só que em castellano. Ainda lembro deles, mesmo tendo deixado o cristianismo há mais de dez anos. Música é uma coisa que nunca esqueço. Confraternizei com meus vizinhos de assento, desejei-lhes a paz, trocamos cumprimentos. Me senti plena e com a sensação de que minha passagem por San Pedro não podia ter tido melhor encerramento.

Amanhã em Uyuni, Bolívia

Ontem contratei o tour para Uyuni de três dias, saindo no sábado 25, às oito da manhã, pela Agência Atacama Mistica. Devo chegar em Uyuni na segunda, 27, às três da tarde.

De Uyuni sigo direto para Sucre, onde devo passar o dia e sair a noite para Santa Cruz de La Sierra, chegando no dia 29, quarta-feira. Cortei Potosi do roteiro porque ficava com o tempo muito apertado entre um onibus e outro. Além do mais minha bagagem está grande e pesada, são três mochilas, sendo uma de 75 litros, afinal, foram cinco meses aqui no Chile e tenho que levar tudo, ou quase tudo, de volta.

O roteiro do trecho dois da viagem é esse:

- Salar de Uyuni, 25, 26 e 27 de julio. Chegada em Uyuni, segunda-feira, 27, às 15h. Sigo direto para Sucre em bus noturno, umas 10 horas de viagem.

- Dia 28 de julio, terca-feira - Chegada a Sucre pela manha. Passar o dia na cidade, que tem muitos pontos interessantes. Bus à noite para Santa Cruz de La Sierra, 14 horas de viagem.

- Chegada a Santa Cruz na quarta, 29, hospedagem no Hostal Ambar Backpackers, Mercado # 554, entre av. Cañoto e Isoso. Comprar passagem para o Tren de La Muerte, para Puerto Quijarro. Pernoite na cidade.
HOSTAL AMBAR-Santa Cruz, BoliviaDir.: Calle Mercado # 554, entre av. Cañoto e IsosoTel.: +591 3 3358959 Fax.: +591 3 3358959 E-mail: ambar@boliviahostels.com

- Dia 30 de julio, quinta-feira - Saída do Tren de La Muerte às 16 horas.

- Dia 31 de julio, sexta-feira - Chegada a Puerto Quijarro às 9 horas. Seguir para Corumbá. Almo´car finalmente uma comida brasileira (feijaooo!!!) e seguir de bus até Campo Grande, já falando portugues! Da rodoviária para o aeroporto. O voo sai às 3h50min do sia 1 de agosto.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Geiseres del Tatio

Nos levantamos as 3h30 da manhã para esperar o micro da agência para ir até os Geiseres del Tatio. Não tinha água e a cozinha estava trancada. Tivemos que escovar os dentes com água mineral na canequinha. Mais tarde já no bus, soubemos que isso se passou com todos, porque a água em San Pedro é cortada às 10h da noite.

Tava muito, mas muito frio, e mesmo com a calefação do ônibus ligada a gente sentia os pés congelados. Para minorar os efeitos da altitude, o guia nos recomendou dormir até chegar ao Geiser. Não consegui sono e no início da subida já comecei a sentir o mal da puna. Nem pensei duas vezes, peguei as oito folhinhas de coca e botei no fundo da bochecha, revirando de vez em quando para extrair o sumo.


Assim, quando chegamos ao geiser do vulcão Tatio, a 4300 metros de altura (San Pedro está a 2300m), estava bem. Ao amanhecer que percebi que o suor das janelas do ônibus estava congelado e isso com a calefação ligada! Chegamos com o sol já de pé, porque o ônibus era muito grande para a estrada que estava toda ondulada e além disso, teve problema com os amortecedores.

Pelo menos o guia compensava com bom humor e explicou tudo sobre as fumarolas, a formação dos Geiseres, teorias a respeito, acidentes que aconteceram ali, as cordilheiras que cercam o campo geotérmico, animais que vivem por ali. Mesmo assim, tivemos só 20 minutos para nos banhar na piscina de água quente ou recorrer as fumarolas maiores.
Eu queria fazer os dois, mas não dava tempo. Me chamou atenção que pelo frio intenso, a água que sai fervendo das crateras, congela poucos metros depois. É lindo de se ver, mas eu nem sentia mais meus dedos de tanto frio.

Ao sair do parque, passamos por vicuñas, que são como veados, animais silvestres dessa região. Também encontramos outros bichos no caminho do pueblo de Machuca, que vive ali há 4 mil anos. Na volta mais vicuñas e o cardone, um cactus gigante que era usado como madeira. De fato o teto da Igreja de Toconao e a portinhola do campanário da vila são feitos com cardone. Hoje o cactus é protegido, mas foi quase extinto.

Dessa vez eu me senti bem o passeio todo, mas muita gente se sentiu mal pela altitude e se notava pela palidez. Ofereci minhas folhinhas de coca, mas não adiantou muito. Belén e Mariano decidiram mudar suas passagens e ir embora hoje, porque Belén está com sinusite e não se sente bem. Eu sigo até Bolívia e depois Brasil. Hasta!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Laguna Cejar

Fomos ao Tour Laguna Cejar, onde se pode ver as lagunas mais próximas de San Pedro. Antes de vir a San Pedro, queria fazer esse tour de bicicleta. Mas, quando contratamos o tour, ficava mais barato fazer um pacote de quatro tours que contratar só dois e alugar bicicletas.

Bom, e depois do mal da altitude - chamado aqui de mal da puna -, achei que foi melhor contratar mesmo, porque a cada dia é a vez de um não se sentir bem e assim a gente não ía ter pique de pedalar 20 Km com frio e vento intenso.


Saímos em direção à primeira laguna do tour e logo vi que o passeio não tava prá mim. Quando chegamos à última, a Cejar, a confirmação, o guia disse que eram 20 minutos para fotos e depois tomar um Pisco Sour ao pôr do sol. Ora, troquei o Pisco por mais fotos, por supuesto, e acabei atolando meu pé na lama salgada do lago.





O que não gosto nesses tours é bem isso, você não pode ficar o quanto quiser, tem que respeitar a porcaria do horário. Afora que a natureza aqui não nos está favorecendo, muito vento, muita neve, sem nuvem no céu. Ou seja, as famosas fotos de reflexo na água ficam prá próxima. Mas, mesmo assim tá dando prá fazer um álbum legal.

De deserto nao tem nada

O Atacama é um deserto muito diferente. Riquíssimo em paisagens impressionantes. Chamar simplesmente de deserto, do jeito que imaginamos, é um reducionismo porque tem de tudo aqui. Há lagunas, salares, montanhas imensas e até neve.

Ontem fomos ao Salar de Atacama e íamos as Laguna Altiplanicas. Digo íamos, porque a neve nos impediu de seguir o caminho até lá, faltando 25 Km para chegar.

Isso a uns 3500 metros de altitude. Sobre o tour completo falo depois, porque já escrevi tudo, só que nao tenho aqui agora para postar.

O Salar é incrível e eu queria ficar lá mais tempo, mas tour pago é isso, um pouquinho em cada lugar e nao tem conversa. Já no pueblo de Socaire, onde paramos antes de seguir para a laguna, comecei a me sentir mal, a altitude, acho. Fiquei mal até a volta e quando fomos visitar as lojas de San Pedro, depois que voltamos, comprei umas folhas de coca e a dona da tenda me ensinou a usá-las.

Foi o melhor remédio, em minutos estava bem. A folha de coca é um remédio aqui, muito usado para os males da altitude e ao contrário do que pensam os preconceituosos, nao dá barato nao.

Hoje vamos a Laguna Cejar, onde espero finalmente ver uma laguna de perto, hehe.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

San Pedro con harta arena!

Chegamos en San Pedro ontem a noite enos alojamos na Casa del Sol Naciente, um hostal muito rústico, que vi nas indicaçoes dos mochileiros.com.

Gostei do lugar, mas é pra gente sem frescura, porque nao tem luxo, só mesmo uma cama pra dormir, tres banheiros compartilhados com água quente (até que se corte a água e a luz - o que ocorre em toda a cidade, numa espécie de racionamento) e uma cozinha chiquita.

Hoje levantamos as oito horas, desayunamos e saímos a recorrer el pueblo. O objetivo central era pesquisar passeios nas agencias de turismo e aluguel de bicicletas para os lugares mais perto. Pesquisamos e negociamos harto e fechamos um pacote de quatro tours com a Atacama Connect, que saiu por $55.000 chilenos.

Assim saímos as tres da tarde para o Valle de La luna, Valle de La Muerte, Tres cuevas e outras coisas no caminho. Tava ventando muito e ao final estavamos com areia até o pensamento. Minha camera deu uma travada básica devido a areia, mas acho que se recupera, mas devido a isso, hoje nao tem fotos.

Na subida da duna central para ver o por do sol no Valle de La Luna, quase que nao chego. Era tanta areia que nao conseguia deixar os olhos abertos, e andava um pouco parava e cobria o rosto com o casaco. Bom, o casaco de snowboard provou sua força e protegeu bem.

Uma Foca foi comigo, mas nem quis tirá-la do casaco. Fiquei com medo de que voasse. Aqui en San Pedro as coisas sao muito caras. A internet é $800 a hora.

domingo, 19 de julho de 2009

Perros, putas y polvo

Passamos o domingo em Calama, um dia entediante onde a única coisa útil que fizemos foi ir ao cinema ver Harry Potter. Como bem disse alguém que conversou com Mariano, em Calama só tem 3 Ps: Perros, putas y polvo, ou seja, cachorro, puta e pó.

Putas, porque é uma cidade mineira, uma das mais importantes do Chile que tem sua renda principal extraída, literalmente, do cobre. Daí há muito mais homem que mulher, assim, consequentemente, muitos puteiros também. Em nossa caminhada pela cidade vimos uma porçao deles.

A noite pegamos o bus pra San Pedro, onde a coisa tende a melhorar.

sábado, 18 de julho de 2009

Onde o deserto encontra o mar

Acordei no onibus e estatelei o olho. Estávamos já no deserto de Atacama. E lá no finzinho da ruta, o deserto encontra o mar. É onde fica Antofagasta, uma cidade com 400 mil habitantes, com renda baseada na extração de cobre e a água que abastece a cidade é de poço.

No ônibus ganhamos o café da manhã numa caixinha - foto ao lado - igual em avião. São 14 horas de viagem desde La Serena.

Chegamos e depois de duas noites dormindo em onibus, fomos direto ao hostal El Mosaico, tomar banho e comer uma comida quente antes de sair para os passeios. Fomos ao Monumento Natural La Portada. Incrível de bonito, de grande, de magestoso. Sobre o passeio falo no próximo post.

O hostal El Mosaico foi o único de Antofagasta que encontramos pela internet e é mais caro que os que a gente prefere no nosso orçamento, foi 8 mil pesos chilenos a diária con desayuno.
Além disso fica bem longe da rodoviária, só o táxi deu 10 mil pesos (40 reais), a água do chuveiro é aquecida por painéis solares, o que não garante que seja mesmo quente como um viajante gostaria. Em compensação tem cozinha bem equipada e café da manhã.
Mariano, Belén e eu fizemos o almoço - foto ao lado - e conversamos com a dona do hostal que nos deu mapas e explicou onde ficavam os pontos interessantes da cidade.

Para chegar até o centro se pode tomar um ônibus, mas a dona do hostal nos deu uma carona e nos deixou no ponto de onde se pega ônibus até o La Portada. Esse aí da foto onde Uma Foca está olhando o mapa da cidade.
A cidade é bonita, com a avenida principal margeando o mar, no centro tem prédios históricos muito bonitos e abaixo, no subsolo, minas de cobre que fazem de Antofagasta uma das cidades mais ricas do Chile.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

En La Serena

Estou em La Serena em uma Lan House na calle Cienfuegos, por isso nao reparem na falta de pontuaçao nas palavras. Chegamos hoje bem cedinho, as 6 da manha, tomamos café com o bolo que o Eduardo fez ontem e esperamos até as sete e meia para guardar a bagagem no guarda-volume.

Saímos com destino ao centro, porque nao havia serviço de informaçoes funcionando na rodoviaria. A cidade é bem pequena e tres quadras depois encontramos um mapa.

Tirei foto dele e fomos nos guiando pela Plaza de Armas, Centro Histórico, Faro Monumental, onde molhamos o pé na água mega gelada do Pacífico, e depois voltamos até o Mercado Central, esse aí da foto (as moedeiras que tenho na mao dizem: La Serena. A Belén e o Mariano compraram empanadas, e procuramos uma praça prá almoçar.

Depois fomos ao Museu Arqueológico - super legal - e ao Mirador Santa Lucia. Agora vamos comprar comida no supermercado, porque pegamos o ônibus para Antofagasta as 21 horas e devemos chegar amanha lá pelas 11 horas. Assim é melhor nos abastecer para a viagem de 14 horas. Ufa!

O dia foi cansativo porque a gente tá aproveitando muito!!! Tá super frio, nao tirei meu casaco de snowboard todo o dia, mesmo caminhando muito. A cidade nos encantou, é tranquila e cheia de edifícios históricos.

Próxima parada: Antofagasta e para o norte e além!!!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Roteiro de viagem na Bolívia

Depois de deixar San Pedro, sigo para Uyuni na Bolívia com agência. São três dias de tour pelo salar, 25, 26 e 27 de julio. Depois de Uyuni a ordem é a seguinte:

1. Potosí - 27 de julio, martes
Uyuni a Potosí, salida el 27 de julio por la noche de Uyuni a Potosí, de bus (6 a 8h de viaje).
Potosí é uma das maiores cidades da Bolívia e é Patrimônio Histórico da Humanidade.
Paseo: Centro histórico
Comprar passagem para Sucre ou direto a Santa Cruz de la Sierra.

Hostal se for necessário:
Casa de Huéspedes Maria Victoria, C. Chuquisaca 148.
Hotel San Antonio, C. Oruro 136, fone 6223.566.
Hostal Felimar, C. Junin 14, fone 6224.357


2. Sucre - Dia 28 de julio - miércoles
Sucre é vista como a cidade mais bonita do país.
Paseo: Casa de la Libertad, donde se firmó el acta de Independencia de Bolivia el 1825, la catedral Metropolitana construida el siglo XVII que alberga la famosa Virgen de Guadalupe. Museo de Tejidos Indígenas ASUR, recuperando el rico legado de las culturas Jalq'a y Tarabuco. Iglesia-museo de La Recoleta, con una linda vista de la ciudad.

Se for necessário hostal:
Hostal San Francisco, Av. Aniceto Acre, 191, fone 6452.117
Salir por la noche, 28, de Sucre a Santa Cruz (14 horas de viaje)


3. Sucre a Santa Cruz - Dia 29 de julio – jueves
Llegada en Santa Cruz de La Sierra por la mañana del jueves, 29 de julio. Comprar pasage del tren de La Muerte ya.

Noche, 29 de julio, en Santa Cruz:
Hostal Ambar Backpackers
Mercado # 554, entre av. Cañoto e Isoso, Santa Cruz
site

Backpackers Santa Cruz Hostel
Calle Monseñor Salvatierra # 555, Santa Cruz de la Sierra, Bolivia
Tel.: +591 3 3120033
Fax: +591 4 6440889
site

Paseos:
- La Plaza Metropolitana 24 de septiembre: Alrededor de la plaza principal 24 de septiembre se levantan edificaciones de estilo colonial. Allí se encuentra la Casa de la Cultura, la Prefectura Departamental, la Alcaldía Municipal, la Catedral Metropolitana, museos y salones de exposición.
- El Museo Etnofolklórico: Ubicado en el Parque El Arenal, es una colección que contiene valiosas muestras del folclore local.


4. Santa Cruz de la Sierra a Puerto Quijarro (Tren de la muerte - 17 horas de viaje)
Dia 30 de julio – jueves, 16h30
Tren de la muerte: EXPRESO ORIENTAL - Sale en martes, jueves y domingo a las 16h30 - Súper-Pullman - (127 bolivianos - uns 40 reais) llegada: 8h40min de viernes, 31 de julio en Puerto Quijarro. De Puerto Quijarro a Corumbá es muy cerca, se puede tomar un bus o taxi.


5. Corumbá - Campo Grande - 427 km (aprox. 6 horas)
Em Corumbá comprar passagem para Campo Grande. Se tiver um restaurante com um feijãozinho bem brasileiro, almoço bem em Corumbá e compro a passagem prá sair às 13 horas.
Os horários são esses: 06:30 08:00 11:00 13:00 15:00 18:00 23:00 23:30 23:59
Corumbá de ônibus Andorinha até Campo Grande

6. Campo Grande, MS
Chego na rodoviária de Campo Grande às 19 horas do dia 31 de julho.
Andorinha Estação Rodoviária
Rua Joaquim Nabuco, 200 - Amambaí
Campo Grande - MS, 79008900
(0xx) 67 3382-3710

Rota de carro da Rodoviária para Aeroporto, Campo Grande - MS
8,1 km – aprox. 18 minutos

7. De Campo Grande a Floripa: Voo 1219 até São Paulo (Congonhas), sai de Campo Grande às 3h50min do dia 1 de agosto. Conexão em São Paulo, Voo 1284 até Floripa. Chego às 8h10min do sábado, 1 de agosto.

Roteiro de viagem rumo ao norte do Chile e Bolívia

SALIDA: 16 DE JULIO, jueves 23h20min

1. Santiago - La Serena - 444 Km (8h30 de viaje) - Tur Bus
Sai de Santiago 23h20min, chega na manhã de 17 de julio em La Serena
Um dia em La Serena
El centro urbano de La Serena cuenta con interesantes atractivos de índole cultural, arquitectónico, artístico y de esparcimiento. Un city tour por la ciudad transporta a sus visitantes a través del tiempo al visitar su Plaza de Armas, iglesia catedral, museos, iglesias, parques y su Faro Monumental – ícono indiscutido de La Serena.
Sai de La Serena a noite, 17 de julio, chega de manha em Antofagasta, 18 de julio


2. La Serena - Antofagasta - 830 Km (15 horas) Pulmman Bus
Chega na manhã de 18 de julio em Antofagasta
Hostal Casa El Mosaico
Padre Hurtado C-18, Antofagasta
Paseos: Ruinas Huanchaca, Oficinas Salitreras e Monumento Natural La Portada

Noche 18 a 19 de julio - albergue Casa El Mosaico
19 de julio - 9h bus para Calama

3. Antofagasta - Calama - 213 Km (4 horas) - 19 de julio - domingo
Um dia em Calama
Paseos: Minas de cobre y ciudad
A las 18h 30min - Bus para San Pedro -

4. Calama - San Pedro de Atacama - 95,3 km (1 hora 45 minutos)
Llega día 19 a las 20:30h
Hostal Casa del Sol Naciente nos busca en el rodoviario
Noches: 19, 20, 21, 22, 23,
Belén y Mariano vuelven a Santiago el viernes, 24 por la noche para Santiago
Yo: Noche, 24 en San Pedro,
25/ 7, sábado - Agencia de Viaje para Uyuni, Bolívia, tres dias, 25, 26 e 27 de julio, de tour por el Salar de Uyuni.



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PS: Não vou ter acesso sempre à internet, então pode ser que o blog fique sem atualizações.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Hora de fazer as malas...

É triste, mas necessário. A gente vive, sonha, chora e ri, uma hora tem de voltar prá casa. Não que seja ruim, pois não há nada como nossa casa.

Mas, são momentos que vou guardar com muito carinho, com pessoas muito especiais que conheci aqui no Chile. E fazer as malas é guardar cada pedacinho desses momentos.

Até a hora de ir embora. Mas não digo adeus, só um Hasta Luego! Porque nos vemos, seguro!

Valparaíso e Viña del Mar

Antes de partir para o norte, não podíamos deixar de visitar Valparaíso e Viña del Mar, cidades que ficam a uma hora e meia de ônibus de Santiago. Viña é cidade de praia, ponto certo para veraneio, e Valpo é porto, uma grudadinha na outra. Fomos em sete: Belén, Mariano (namorado da Belén que chegou anteontem), Nath, Camila, Aitziber, Pauline e eu.

Percorremos as duas cidades a pé. Em Viña fomos ao Castillo Wollf, Reloj de Flores e vimos a praia Caleta Abarca, mas não rolou de molhar o pé porque tava frio e ninguém queria passar o dia com o pé molhado.

Em Valparaíso, enquanto as meninas almoçavam num restaurante de frutos do mar, Belén, Mariano e eu almoçamos na rua mesmo, com sanduíches que fizemos em casa, assim pudemos curtir o porto e um museu subterrâneo, onde se pode ver os primeiros molhes do porto, na Plaza Los Heroes.

Também deu prá pegar uma homenagem da Marinha Chilena a um marinheiro brasileiro, com direito a bandeira hasteada com hino nacional.

Também subimos o encensor Artilleria, um dos onze que tem na cidade, que sobre um morro do qual se tem uma ótima vista e o museu naval lá no alto. Depois de pegar um microbus e percorrer as ruazinhas íngremes e tortuosas de Valpo, encerramos o passeio na Casa La Sebastiana, uma das três casas de Pablo Neruda no Chile.

As casas do Neruda foram contruídas em formato de barco, com decks e decoração feita com partes de navios mesmo. A Belén gosta muito de coisas do mar, porque seu pai é marinheiro e ela convive com navios e histórias de mar desde criança.

Eu aprendi a gostar do mar em Imbituba, depois de grande mesmo, e gostei das casas, apesar de parecer tudo muito montado e artificial. Desde que visitou o La Chascona, a casa do Neruda aqui de Santiago, Belén duvida que ele tenha mesmo sido comunista.




terça-feira, 14 de julho de 2009

Última Piojera

Nesse clima de despedida, resolvemos ir todos a La Piojera, esse bar tão querido de nossos corações. E dessa vez era prá se despedir mesmo, quem tomava um terremoto tinha que tomar dois, quem tomava dois, era prá ser três, para que todos ficassem muito felizes e borrachos, afinal, para esquecer a tristeza de ter que ir embora - e eu, particularmente, esquecer a dor de perder minha cachorra Nininha, sem nem poder estar lá prá me despedir.

Ontem também começamos a tarefa de assinar bandeiras. Cada um comprou uma bandeira do Chile para que todos deixassem seus recados de lembrança. Agora a cada dia o El Punto vai ficando um pouco mais calado até que se vayan todos nós, que convivemos aqui um semestre inteiro passando por tudo o que pode passar um intercambista.

Lembranças marcantes:

- O Jaime gritando "jovenes!" toda vez que a gente varava a noite fazendo festa ou conversando alto, ou quando a cozinha ficava tão suja que não se encontrava um único talher limpo.

- A cozinha cheia nos fins de semana, a ponto de eu ter de almoçar cereal com iogurte por falta de panelas. Isso no início me incomodava, mas ao final eu ía fazer parte da bagunça, porque tudo virava diversão.

- A Aitziber borracha ensinando uma musiquinha vasca:
Oso ondo egiten duzulako
Mugitu besoak olatuak bezala
Xuabe-xuabe xu-xu-xuabe
Eh! Aitziber! Hasi datzatzen!

- O Michel e seu conhecimento inesgotável de músicas chilenas, reggaetons e afins. Inclusive foi o primeiro a decorar a musiquinha vasca.

- O Michel em um dos dois computadores que tem no El Punto no caminho da cozinha.

- A Nath fazendo o ' Carandiru', com a comida do Casino.

- O Adonai assistindo Two and a Half Man em seu computador deitado no sofá da sala.

- O Ariel varando a noite fazendo maquetes.

- A Carla estudando sem parar.

- A Belén espirrando baixinho (é o espirro mais discreto do mundo, segundo o Michel).

- A Carmen imitando o Jaime: Jóvenes!

- O João imitando a Pauline. Impagável!

- O João sacaneando todo mundo no joguinho Crazy Táxi do Facebook.

- O Eduardo viciado em Facebook.

- O Eduardo reclamando que não podia dormir porque seu companheiro de habitación roncava muito.

- O Jon fazendo pose prá foto.

- A Camila correndo comigo dos carabineros (altas emoções!).

- A Nathália convocando todos a pagarem flexões ao final da festa de despedida (e todos corresponderam, ou melhor, a maioria caiu no chão e ficou).

- Nath e eu dançando frevo no meio da noite na Plaza Brasil.

- A Belén me chamando: Xuu!

- A história do vulcão de Pucón quando Michel 'botou o Pelé prá fazer snowboard'.

- Belén aprendendo a cantar "Beber, cair e levantar"

- Arthur e o Tómate cuidado!

- A história de Arthur tomando sopa com o óculos da dona do hostel e usando a dentadura dela em Chillán.

- As legendas sempre muito engraçadas das fotos da Camila no Orkut.

- Arthur dizendo fii!!

- Jon dizendo "brigadeiro", quando queria dizer "brincadeira".

- A Lucia "mamacita".

- O Guillermo e a Mírian sempre companheiros de todos.

- O Joaquín puxando a musiquinha: Alcohol, alcohol, alcohol… Hemos venido a emborracharnos, el resultado nos da igual...

- Maria e seu pijama.

- A Vanessa e seu potinho de comida chegando na cerimônia de recepção aos intercambistas da Usach.

- Carla e suas inseparáveis galletas.

- Bernard e sua garrafa de vinho.

- Marília e sua velinha de aniversário que nunca se apagava.

- Cristóbal e sua música ensurdecedora.

- Elizabeth e seu "en sério?".

- Adonai cozinhando suas comidas super bem produzidas.

- Cristóbal, Nath e eu dançando borrachos na cozinha.

- Leila e sua risada calorosa.

- O Aitor borracho jogando uma xícara no chão.

- Os olhos brilhantes da Mírian.

- A gente errando a entrada do jogo do Cruzeiro contra a U. de Chile e quase indo parar no meio dos torcedores nada amistosos da U.

- Pauline e seu casaco de llama.

- Joaquín e seu casaco de llama.

- A Mírian dizendo "hóstia!".

- O Arthur e o amigo da Camila me chamando de "Ru!". (de Ruliana, o som do J em espanhol é rr)

- Belén, Adonai e eu levando a Raquel pro hospital.

- Nath levando a Carlinha pro hospital.

- João levando Dodô de táxi pro hospital.

- Todos aprendendo a dançar salsa.

- A foto de todos levando a Carla prá ambulância.

- As disputas intermináveis de Ping Pong.

- A comida do Casino na segunda-feira.

- A Vanessa me dando suas uvas no almoço de segunda-feira no Casino.

- A nossa felicidade quando a comida do Casino era pizza.

- O Adonai chegando no Casino com um cachorro-quente.

- A gravação do filme do Ismael na sala.

- João tocando a campainha do 407, quando queria tocar a 406, mil e uma vezes.

- As torradinhas feitas com o pão do Casino.

- O Jaime paranóico com a gripe porcina.

- As famílias de todos paranóicas com a gripe porcina.

- O Roncola do aquecimento antes das baladas.

- O cereal com leite de depois da balada.

- A batata-frita do Santa Isabel.

- As comidas comunitárias que provocavam a maior confusão na cozinha.

- As noites de insônia e estudos na sala.

- A sopaipilla que se vende na rua.

- O mani cofitado da Estación Quinta Normal.

- Os colegas Hare Krishna que me ensinavam gírias chilenas.

- A saia de frevo na altura do joelho e a Belén me ajudando a encurtá-la.

- A novela Caminho das Índias que reunia as brasileiras na sala, para desespero dos rapazes.

E tem mais tanta coisa que encheria o blog todo. Vou me lembrar prá sempre de cada momento, feliz, triste, normal, muito louco e extremamente pirado de tudo o que passamos aqui no Chile.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Sopaipillas

Pablo Neruda é um dos 10 personagens chilenos mais importantes segundo um ranking nacional. E ele fazia poemas com temas incrivelmente triviais como uma Oda al gato, ou Oda a las papas fritas. Inspirada nessa última ode, resolvi falar hoje de sopaipillas e se meu lado poeta não estivesse tão enferrujado até arriscava uma ode porque elas merecem!

Sopaipilla é uma massa frita redondinha feita com zapallo, abóbora, e custa muito barato. Nas ruas de Santiago é muito fácil de encontrar, mais fácil que cachorro-quente, e custa $100 pesos (uns R$0,40) cada.

O fato é que resolvi pegar uma receita engraçadinha que encontrei na net e tentar fazer porque quando voltar ao Brasil não vou vê-las por la calle y las voy echar de menos. Então vamu lá:

Ingredientes para 12 sopaipillas:

500 gramos de harina (2 tazas)
25 gramos de polvos de hornear (1 cucharadita)
25 gramos de sal (1 cucharadita)
250 gramos de zapallo cocido, molido y escurrido ma' encima,
pobre zapallo :~(
150 gramos de manteca derretida (o margarina)


E que que eu faço com isso tudo?

Misture a farinha (harina) com o fermento (polvos de hornear) e o sal. Junte o pobre do zapallo todo esmiguelado e a manteiga morna. Forme uma pasta lisa que não grude na mão. Abra a massa que deve ficar con uns dois milímetros de altura, ou seja, fininho mas não tanto. Corte os círculos de mais ou menos 8 cm de diâmetro e fure a parte de cima com um garfo várias vezes prá tirar o ar, assim ela não vai inflar quando está fritando. Aí é só fritar.

domingo, 12 de julho de 2009

Despedida en festa

Com o semestre chegando ao fim e todos com a viagem de volta marcada, ontem foi dia da festa de despedida. Churrasco, guacamole, salsas variadas, pão e muita bebida para a festa que prometia. Teve também o Prêmio El Punto elaborado por Carla e Camila para eleger os 'mais mais' entre categorias, dentre as quais: Más gracioso (engraçado), más 'roba cena' ('filabóia'), más borracho (bêbado), más porcino (o que mais esteve doente), más chismoso (fofoqueiro) e mejor imitador de Jaime.

Eu ganhei o certificado de más ballerina e la persona de la madrugada, esse último pelas noites em claro. O Jaime ganhou uma menção honrosa 'Jóvenes', a palavra que quando a gente ouve já sabe que vem bomba. Os ganhadores de todas as categorias, para meninos e meninas foram (and the Oscar goes to : -)

Más borracho: Arthur y Aitziber
Más amigo: Guillermo, Belén y Lucia
Más fiel: João y Mírian
Más gracioso: Arthur y Carmen
Más porcino: Jon y Carla
Menos estuvo en casa: Arthur y Vanessa
Más flaite: Ariel y Aitziber
Mejor imitador de Jaime: Michel y Carmen
Más 'roba cena': Michel y Carmen
La persona de la madrugada: Adonai y Juliana
Más ballerina: Eduardo y Juliana
Más chismoso: Jon y Aitziber
Ao lado está a cédula e a contagem feita por Carla.





























Acima Uma Foca tomando todas, na churraqueira e na votação Premio El Punto.

Despedida 1

Ontem depois que voltei da apresentação com os amigos que foram me prestigiar, postei no blog e vi que tinha um recado de meu pai no MSN para telefonar para casa.

Já desconfiava que algo de errado passava porque minha cachorra, Nininha, uma das cinco que vivem na casa de meus pais em Imbituba, tinha ido ao veterinário na terça-feira devido a um sangramento no nariz somado a falta de apetite. Ela já estava medicada mas desde então eu não tinha mais notícias porque essa semana foi uma correria só.

Liguei em casa e minha mãe atendeu. "Mãe, o que é? Fala tudo", disse antes de qualquer coisa - eu já estava chorando. Nininha não reage em nada aos remédios, desde terça só vem piorando, não come, só pode tomar medicação na veia porque nada pára no estômago, não se levanta mais e os rins pararam de funcionar. É um tumor no fígado.

Ela chora quando não tem niguém perto e minha mãe passou a noite indo e vindo do quarto onde ela está, dentro de casa. "E os olhinhos?", perguntei, "o que dizem os olhinhos dela?".

Nunca me esqueço do olhar expressivo dos cães, eles dizem pelos olhos quando vão partir ou quando querem seguir lutando por sua vida. "Os olhinhos estão opacos, acho que ela não enxerga mais", disse minha mãe.

O veterinário disse que poderia abreviar seu sofrimento, se quiséssemos. Minha mãe queria saber se eu aceitava. "Que vou fazer?", disse, "Se ela piorou tão rápido, acho que não aguenta até minha volta". Normalmente sou contra o sacrifício, mas não me parece ter solução. Perguntei se não tinha uma cirurgia, algo assim, o veterinário acha que ela não aguentaria nem a transfusão de sangue necessária para operar.

Quis falar com ela, pedi prá minha mãe encostar o fone no ouvidinho dela só para escutar a minha voz, saber que não a deixei. Sem reação. Parece que ela já está perdendo a audição também. "Mãe, cuida prá que ela fique com alguma roupa que tenha meu cheiro, por favor", pedi chorando.

Ela me garantiu que estao fazendo de tudo, a levam todos os dias por três horas para tomar medicação intravenosa no veterinário. Ela está sempre quentinha, com cobertores, dentro de casa, mas parece que decidiu morrer sem me esperar. Se eu pudesse chegar a tempo, se não tivesse ainda compromissos acadêmicos, se não fosse tão longe...

Nininha vai se juntar ao Fritz e eu nem posso me despedir. Minha menininha que me fez perceber o quanto eu gostava de cães, quando me fez correr três dias e três noites pelas ruas de Botucatu, com um cartazinho na mão, procurando-a desesperada quando fugiu de casa e se perdeu. Nininha mudou minha vida e agora me sinto impotente aqui tão longe, sabendo que está partindo e que não vai me esperar.

Na minha lembrança fica seu olhar sapeca de quem pode a qualquer momento te dar uma mordida carinhosa no nariz, de quem se recusa a receber treinamento deitando no chão e se virando de barriga prá cima. Os abraços que eu dava nela quando a pegava no colo - ela sempre foi magrinha, tinha no máximo 25 quilos -, ou quando eu limpava suas orelhas e dentes e ela ficava quietinha, curtindo o mimo.

Meu dia ontem foi cheio de alegria, tristeza, melancolia, risos e choros. Emoções fortes e opostas. A alegria do palco, a tristeza de saber que minha menininha está indo, melancolia pela saudade antecipada que vou sentir de meus amigos aqui do El Punto.

sábado, 11 de julho de 2009

Dia de baile

Esses dias todos sem postar, como??? Heheh, é que essa foi a semana final de aula e varei madrugadas inteiras terminando trabalhos e sobrou tempo nenhum e tampouco ânimo, porque ao final do dia estava muitíssimo cansada.

Hoje foi a apresentação do nosso taller de Baile Folclórico Latinoamericano. Queria ter avisado antes mas não deu mesmo. Foi tudo muito bem e alguns amigos aqui do El Punto foram ver a apresentação: Belén, Natália, Camila, João e Jon.

Dancei Cumbia colombiana, Punto (México), Polka paraguaia, Forró e Frevo da nossa terrinha. Acima está a foto do Punto, Aí em baixo a de Polka e de Forró.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Último almuerzo en Casino

Hoje foi o último dia de beca de alimentación para os estudantes da Usach. Combinamos de almoçar todos juntos e até o Adonai que fazia tempo não ía no Casino apareceu - com um cachorro quente.

Aí na foto estão os nove da AUGM, menos o Arthur e a Vanessa que não foram.

A comida do Casino, sempre imprevisível, mas os funcionários sempre nos trataram muito bem e até me serviam comida especial por ser vegetariana. Muchas Gracias!!!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Planejando vacaciones

Reservas feitas, passagens compradas, roteiro pronto, vamos mochilar! O roteiro é o seguinte:

En Chile:
Santiago - La Serena - Antofagasta - Calama - San Pedro

En Bolívia:
Uyuni - Potosí - Sucre - Santa Cruz - Puerto Quijarro

E finalmente, terrinha amada:
Corumbá - Campo Grande - Floripa

Detalhes só mais tarde que a parte da Bolívia ainda está meio desarrumada.

domingo, 5 de julho de 2009

Pototo e macanudo

Cada dia aprendo palavras interessantes. Pototo e macanudo são as mais novas e ambas significam uma coisa legal, bacana. Pototo se usa só aqui no Chile e macanudo é conhecido por todos os países de fala espanhola.

Ontem fomos a uma festa pototo. Tocou até ilariê, prá vocês terem idéia. A festa foi num lugar ao lado do Cine Arte Alameda, que descrevi em um post anterior. Como era meio que clandestina só entrava quem tinha o nome na lista e durou até depois das cinco da manhã (quando geralmente as festas chilenas acabam por lei). A gente saiu de lá as seis e tomamos um ônibus, o 426, a la chilena (sem pagar).

Voy extrañar isso tudo...

sábado, 4 de julho de 2009

El Mamut

Essa é a versão mais antiga da musiquinha do Mamute e está em espanhol.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Canciones de jugar - canções infantis

Esta canção infantil é tradicional na Argentina, foi a Belén quem me ensinou.

Soy una taza, un tetera, una cuchara y un cucharón

Soy un plato llano, un plato hondo, un grán cuchillo y un tenedor

Soy un salero (tiquitiquitiqui), un azucarero, una batidora y una olla express! pipiii...."

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Mesmo de férias o Miércoles Po faz festa

E dê-lhe salsa!!! Ontem fomos ao Salsa Brava, fica na calle Santa Isabel, perto do metro Santa Isabel. Chegamos cedo porque tinha aula de salsa antes da festa.

Aprendemos os passos básicos e nos divertimos a valer. A foto aí é da Camila, todos acompanhando o professor (de blusa preta). Y baillando mucho!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Brasileiros no mundo

Nessa semana estreiou o filme Jean Charles, inspirado na história real de Jean Charles de Menezes, assassinado no metrô de Londres em 22 de julho de 2005, por um erro da Scotland Yard. Em uma co-produção Brasil-Inglaterra, dirigida por Henrique Goldman, brasileiro radicado na Inglaterra, o filme conta um pouco da vida da comunidade brasileira no país, que já tem mais de 200 mil pessoas. Mais info do Guia MSN.

Gostei dessa frase do trailer:
"A brasileirada aqui são que nem gremlins, cê joga água e nasce mais uns trezentos".
Perfeito! Estando fora do país é quando a gente aprende a dar valor a nossa terrinha, nossa comida. Sempre dizemos aqui, nós os nove brasileiros de intercâmbio na Usach, que foi muito bom ficarmos todos juntos na mesma residência, assim a gente aguenta a saudade mais tempo.

E brasileiro é povinho bom prá se encontrar e se unir nas dificuldades que se passa longe de casa. Dá uma olhadinha no trailer de Jean Charles, protagonizado por Selton Mello, logo que der, vejo o filme.