quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Preparativos para o fim

Temos a necessidade de enxergar um ciclo em tudo. É natural. O minuto, a hora, o dia, a semana, o mês, o ano. O começo e o fim começando e terminando constantemente. Nos preparativos para o fim, sempre preparamos o começo também. E pensamos na nossa família no início e no fim. É com ela que nascemos e com ela que queremos morrer, natural que estejam presentes nos ciclos entre esses dois acontecimentos.

Estou filosófica hoje. Mas, é só prá lembrar tudo o que a gente faz em fim de ano e essa sensação de começar de novo. Já comecei a preparar os reveses de ano-novo no Universo Bizarro. É bem divertido, uma forma de rir disso tudo. As dicas tão no blog, e se vocês quiser, faça seus reveses.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Encontramos o culpado!

Na manhã desta sexta, 11/12, o culpado pelo plágio nas provas da Alesc foi revelado. Após se esquivar de declarações alegando crise nervosa, o professor de renome do Departamento de Jornalismo da UFSC foi encontrado apitando loucamente em um escaninho de nome não revelado. Nada mais, nada menos que... Tamagochi!

Em seus arquivos ainda constava a treta feita para a prova do concurso da Alesc e o meliante foi preso em flagrante.


No momento da prisão em flagrante o Tamagochi em questão disse não ser capaz de tal ato. "Sou um Tamagochi, não um Ifone", alegou em sua defesa. "Mas isso não importa, o que importa é que encontramos o culpado", disse a autoridade.

Caso encerrado, vamos voltar à árvore de natal.

Suspeitas, bolão e fogo ardendo na fogueira das vaimaldades

A coisa tá pegando fogo no departamento de Jornalismo da UFSC

Saiu no clicRBS:
Todas as provas do concurso da Assembleia Legislativa de Santa Catarina foram anuladas ontem (09/12) por causa da denúncia de que 43 questões referentes a três cargos foram copiadas de outros exames. [...] O superintendente da Fepese afirmou que toda a banca foi mantida com exceção do professor que elaborou as 43 questões que teriam sido copiadas. A identidade dele não foi revelada, mas a comissão informou que é um profissional renomado do Curso de Jornalismo da UFSC.

O professor foi chamado para dar explicações, mas alegou uma crise nervosa que o obrigou a ser internado. Altair declarou que vai entrar com uma ação criminal e civil.


JK

Tem gente fazendo bolão no curso prá adivinhar quem é. O que eu acho? Acompanhem meu twitter: twitter.com/jfrandalozo
E vejam no próximo post!!! UAHAHAHAHA!!!

sábado, 28 de novembro de 2009

Li e gostei

O sociólogo Pedro Guareschi no artigo Mídia e democracia: O quarto poder versus o quinto poder [+], dá um tapa na cara de quem ainda acredita que o poder da mídia é absoluto e manipulante. Tem gente que precisa atualizar seus discursos. Trecho a seguir:

O jornalista Luis Nassif (2006) escreveu que "ao adotar um pensamento único, elitista e anti-Lula, a mídia entrou numa rota suicida. Um suicídio editorial. Jornalistas com 40 anos de carreira, com 365 artigos por ano, um por dia, sobre o mesmo assunto, todo dia pedindo a cabeça do Lula. Uma guerra santa, inconcebível com o papel da mídia, capitaneada por Veja, Folha de S. Paulo, Estadão, Globo, na imprensa, e pela própria Globo, na TV".

E no que deu tudo isso? Apesar do suposto poderio arrasador da mídia, não conseguiram seu intento. Como explicar? Essa é mais uma rachadura nas teorias. Precisamos de teorias que fechem essas brechas.
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Ou seja, a casa caiu.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Quando se trata de futebol, o Chile é rapidinho

26/11/2009 - 21h26
Fifa ameaça tirar Chile da Copa do Mundo-2010
A Federação Internacional de Futebol (Fifa) deu um prazo de 72 horas à Associação de Futebol Profissional (ANFP) do Chile para que solucione a questão envolvendo o clube Rangers, que recorreu à justiça comum após ser punido pela justiça desportiva, sob pena de tirar a seleção chilena da Copa do Mundo de 2010.

"Se a associação (chilena) não adotar as medidas necessárias, o caso será submetido ao Comitê Executivo da Fifa, para que o órgão considere a suspensão da Federação de Futebol do Chile", adverte uma carta enviada à ANFP pela máxima entidade do futebol.

Em aberto desafio à Fifa, que proíbe qualquer recurso à justiça comum para decidir questões desportivas, o Rangers apresentou um recurso judicial contra a perda de três pontos no Campeonato Chileno por escalar seis jogadores estrangeiros, um a mais que o permitido.

"Pedimos à ANFP que convença o clube em questão a retirar o recurso apresentado à justiça comum do Chile no prazo de 72 horas, do contrário, a federação chilena deve sancionar o clube afiliado", destaca a carta assinada pelo subsecretário-geral da Fifa, Markus Katthner.

Fonte: AFP / Lusa



Ontem, 26/11/2009 - 22h54
Chile afasta ameaça de não disputar a Copa do Mundo
A Associação Nacional do Futebol Profissional do Chile (ANFP) informou na noite desta quinta-feira que o clube Rangers retirou sua ação na justiça comum contra uma decisão da justiça desportiva, afastando assim a ameaça da Fifa de impedir a seleção chilena de disputar a Copa do Mundo de 2010.

A Federação Internacional de Futebol (Fifa) tinha estabelecido um prazo de 72 horas para que a (ANFP) solucionasse a questão envolvendo o Rangers, que recorreu à justiça comum após ser punido pela justiça desportiva no Campeonato Chileno.

"É lógico que não vamos colocar em risco a seleção chilena e o futebol chileno em relação à Copa do Mundo", disse o gerente do Rangers, Cristián Herrera, à Rádio Bío Bío, garantindo que a ação na justiça comum será retirada na manhã de sexta-feira.

Em aberto desafio à Fifa, que proíbe qualquer ação na justiça comum para decidir questões desportivas, o Rangers apresentou um recurso judicial contra a perda de três pontos no Campeonato Chileno por escalar seis jogadores estrangeiros, um a mais que o permitido.

"A única solução era desistir (da ação). Foi tudo bastante determinante, a atuação do diretório (da ANFP) foi muito firme...", destacou Carlos Morales, gerente-geral da ANFP. "A desclassificação do Chile foi citada pela Fifa e era real, mas isto não entrava na cabeça do pessoal do Rangers", disse Morales.

Fonte: AFP / Lusa


JK: Quanta eficiência! Quando ameaça o futebol, o problema nem chega a repercutir. Lembram que eu disse que os chilenos são fanáticos por futebol?

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Zero com Pinochet

A edição de novembro do Zero, nosso jornal-laboratório do JOR UFSC, está na área.

Dá pra ler ele todinho aqui no Blog do Zero. Minha matéria nessa edição foi sobre mais uma chilenidade: o amor e o ódio do povo chileno com Pinochet. A página está neste link do Scrib.

Eu já falei sobre isso aqui no blog e, inclusive, coloquei umas fotos que foram aproveitadas na matéria. Tá tudo aí embaixo.

¿Gracias Pinochet?

Chilenos e Pinochet: uma história complicada





terça-feira, 17 de novembro de 2009

sábado, 14 de novembro de 2009

Sábado a noite

Tem um vizinho francês promovendo um sarau para uma criança autista que se assusta com a animação levada por duas bandas, uma das quais canta em espanhol com castanholas. O microfone não poupa a rua de saber o que se passa. A psicóloga do garoto explica com sotaque de Porto Alegre o que é autismo. A criança chora em frente ao portão da minha casa. Pensei que fosse um cão ganindo. Um grupo de dança meio árabe, meio cigana, meio espanhola da Andaluzia se apresenta agora. Isso é Floripa.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

El Punto na tele

Saiu matéria sobre intercâmbio no Chile no programa Globo Universidade. Link aqui e aqui direto. O repórter fez a matéria com uma das intercambistas da AUGM nesse semestre. Aparece a Usach, El Punto, nossos lugares queridos... Meio total cuica a menina, mas fazer o que, repórter dããã.

A música que introduz El Punto na matéria é Pose, do Daddy Yankee, uma das favoritas da galera. Da nossa galera, porque a que tá lá agora é outra. Só o Jaime de conhecido. A reação do Punto G, nosso grupo de e-mails exclusivo de moradores 2009/1 do El Punto, foi alérgica: O que eles estão fazendo na nossa casa? Hehehe, faz parte.

sábado, 31 de outubro de 2009

Mais sobre arte e jornalismo

No post anterior tem um comentário muito interessante que fala que a mesma mesquinharia que descrevi na arte ocorre no jornalismo. Sem dúvida ocorre não só nessa mas em todas as profissões, porque as pessoas são humanas, tem defeitos e virtudes e frequentemente se acham mais do que são e pensam que podem pisar nos outros por isso.

Mas o jornalismo é feito de realidade, independente das pessoas que o fazem, se você não calca seu trabalho no real, logo alguém vai perceber que isso não é jornalismo. E nem entro aqui na pretensa questão da objetividade e da isenção que já são muito questionados, mas que nem mesmo se forem abolidos livram o jornalismo do compromisso com o real.

A arte é feita de idéias, palcos, personagens, ficção, montagens. E esse é um mundo onde é fácil perder a noção do que é real quando se vive muito dentro desse círculo. É diferente de você estar na rua falando com pessoas reais para sacar informações sobre uma realidade dentre as tantas que existem.

Na arte você inventa, cria, porque esse é o trabalho. Você cria uma ilusão para as pessoas que estão naquele momento em frente à sua arte. É ótimo quando os artistas saem desse mundo de ilusão e se enchem de realidade para fazer algo por sua comunidade, para agir ao invés de só criticar. Mas infelizmente isso não é comum.

Assim como não é comum no jornalismo o envolvimento, o ativismo, aliás isso não é comum em lugar nenhum, profissão nenhuma. Os profissionais que fogem disso são realmente pessoas incomuns, protagonistas num mundo de passivos, acomodados que no máximo dizem "fiz a minha parte".

Não acredito que "fiz a minha parte" vai melhorar alguma coisa. É preciso mais que umbiguismo para consertar, é preciso envolvimento e solidariedade. Uma coisa muito, muito rara que me surpreende quando aparece mas que me estimula a continuar me metendo em confusoes.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

A arte é um entorpecente

Eu já disse isso algumas vezes e agora que estou quase me formando em Jornalismo, isso faz cada vez mais sentido. Eu era musicista, tocava viola clássica, cantava, me apresentei muito com o Jupem, a Orquestra de Erechim e outros grupos. Também fui poeta, ganhei um concurso, fui jurada de outro. Mas, na hora de decidir a profissão eu abandonei a arte. Sabe porque?

A arte nos deixa egoístas. Nos faz ver um mundo fictício, egocêntrico, mesquinho, fechado. Eu abandonei a arte porque tinha medo de virar algo como eram meus professores de música, os spallas convidados que vinham tocar na nossa orquestra, mesmo os músicos mais medíocres que se enchiam de impáfia e arrogância mesmo sendo um nada. Tive medo de me fechar nesse mundo e deixar de perceber a realidade.

Por isso escolhi ser jornalista, porque a realidade é mais dura, é mais difícil, mas eu sempre tive aquela noção de responsabilidade para com o mundo. Aquela noção que me faz entrar em encrencas para defender animais, lutar por respeito a toda forma de vida. A mesma noção que me faz encher de compromissos para dar um retorno à sociedade por estar estudando numa faculdade pública.

Ser jornalista para mim é mais que ter um emprego, uma profissão. É ter uma missão, uma tarefa a cumprir, uma responsabilidade com a informação que é o que movimenta o mundo. A arte faz parte das nossa vidas, é inevitável. Mas sem ilusão, porque é do real que eu vivo.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Metade

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

(Oswaldo Montenegro)

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Outra vez...

Não sei se um dia vou me acostumar com a morte. Não sei se alguém consegue isso. Eu costumava cuidar de meus seis filhotes com alegria e dedicação. Orelhas, patas, unhas, dentes, olhos, pêlo, banho, comida, água, remédios, vitaminas, e carinho, muito carinho.

Conhecia cada um com sua personalidade - sim, cães tem personalidade -, sua teimosia, hiperatividade, brincadeiras, mau humor - sim, eles também ficam mau humorados -, brigas e cenas impagáveis que vivi com eles.

Se eu tentar explicar como eles transformaram a minha vida, tudo o que aprendi, a forma como esse bichinhos me tornaram mais humana, me deram um objetivo, um sentido para sair daquela posição egoísta que a gente assume quando é adolescente, eu poderia falar um monte, mas não daria prá fazer alguém entender o que eles significam prá mim.

Hoje eu trago um buraco no coração. Da minha família canina, metade já se foi, cedo demais prá mim. Uma lição de finitude que dói muito aprender.


"Não, não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões,
a única conclusão é morrer"

(Fernando Pessoa)

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Nina...

Vamos embora companheiro, vamos
Eles estão por fora do que eu sinto por você

Me dê sua pata peluda, vamos passear
Sentindo o cheiro da rua

Me lamba o rosto, meu querido, lamba
E diga que também você me ama

Eu quero ver seu rabo abanando
Vamos ficar sem coleira

Vamos ter cinco lindos cachorrinhos
Até que a morte nos separe, meu amor!

(Letra da música Vida de cachorro, da banda Pato Fu)

domingo, 11 de outubro de 2009

O tempo cansa

Ela já fez de tudo nessa vida. Anda com dificuldade e já não pula muros nem corre para advertir a chegada de visitas. Treze anos de cachorrice, 91 na comparação com a idade humana ( x 7). Nina morou na rua, num carro, numa mecânica, teve doença do carrapato, bernes na testa, nove filhos, que eu saiba. Hoje vejo a Nina e entendo que o tempo cansa. Os treze anos intensos de sua vidinha lhe pesam nas patas já cansadas.

O pêlo caramelo está todo ponteado de branco, os enormes olhos de amêndoa sempre vivos, sempre alertas, apesar do cansaço. Para facilitar sua locomoção, Nina e Frida, sua filhota e companheira de canil, foram passadas para a parte da frente da casa. Antes isso não era possível porque as duas brigavam com a Laila, nossa boxer, mesmo através das grades. Agora isso não acontece mais.

Laila olha silenciosa o caminhar lento da Nina. Parece também entender que o tempo cansa. De dentro de seu canil ela acompanha os meus passos estimulando a Nina a se movimentar, o grande olhar tristonho, num silêncio incomum. Frida parece não entender a fragilidade da mãe, parece esperar que a qualquer momento ela volte a corre e pular, cavar os túneis pelo canil. Ela só percebe que não é bem assim quando dá o alarme, latindo, para avisar que a mãe caiu em um de seus túneis.

Nina é forte, tem um espírito jovem, livre, audaz. Um dos cães mais inteligentes que já vi. Passa pelo cansaço do tempo sem se queixar, com aquela capacidade que admiro tanto nos cães, o estoicismo, ignorar a dor e as condições adversas como se fossem insignificantes perto da alegria de viver, de estar ao lado de sua família.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

80 anos

Nesse fim de semana minha nona cumpriu seus 80 anos de vida em uma big festa de dois dias em Erechim, RS, para todos os amigos e nossa família. A nona Amalia exigia a presença de todos, é claro, não é sempre que se comemora 80 anos de vida, e eu fui. Disse que se precisasse largava a monitoria no Jornalismo On Line para ir (eu larguei sim, mas outros motivos pesaram junto), mas uma das coisas que aprendi nessa temporada fora é que família é sempre mais importante que qualquer outra coisa.

Sim porque sua família não é a dos outros. Sua vida pessoal só você pode cuidar, não tem como mandar outra pessoa no seu lugar.

No Chile tomei parte de outra família con hermanos en todo o mundo. De tudo o que vivi e aprendi lá, essa noção de valores foi com certeza uma das coisas mais importantes, uma experiência única que nem todo intercambista tem.

sábado, 26 de setembro de 2009

Uma parte da nossa grande família

Saudade desse povo...
Família El Punto!!!

Malhando o pau

O pessoal do JorUFSC malhou pau na entrevista que o DC fez com o jornalista Cassiano Machado, convidado da Semana do Jornalismo na mesa de jornalismo-literário. De cara dois erros indefensáveis:

Primeiro: Cassiano não é formado em Ciências Sociais, ele corrigiu isso durante a mesa na segunda-feira, o que prova que a repórter, já experiente no DC, nem sequer acompanhou a discussão ou mesmo confirmou a bio com o entrevistado.
Segundo erro: A apresentação do entrevistado na matéria foi copiada da assessoria da Semana do Jornalismo sem os devidos créditos.

Coisa feia, tsc, tsc...

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A suuuper VIII Semana do Jornalismo UFSC

Só coisa boa, quem não aproveitou perdeu. Se der sorte pode ser que haja alguma coisa armazenada no acervo do Estúdio de Videoconferência que transmitiu a Semana toda ao vivo pela internet.

Parabéns à organização, tudo funcionando muito bem, convidados muito bons, cartas na manga para resolver os pepinos. E vou dizer prá quem ainda não sabe, há oito anos a Semana é organizada sempre por estudantes de Jornalismo da UFSC, nossos nobres colegas. Não tem segredo nem ajuda de professores ou QIs, é só trabalho e insistência. Isso aí pessoal, suuuper!!!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Brasil não é mais terra da bunda

O povo reclamou e a propaganda da Havaianas na qual a velhinha fala em sexo foi tirada da TV. O professor Nilson Lage twittou que o Brasil tá ficando puritano. É o que parece. Estamos ficando sem graça igual os europeus e perdendo nossa latinidade.

Prá quem quer rever a propaganda, taí:

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Semana do Jornalismo - conclusões até agora

Até agora a conclusão que se chega ao ouvir os convidados e as mesas de discussão é que o Jornalismo é péssimo e tá tudo indo muito mal, a grande mídia é malvada e a mídia alternativa é pobre e por isso não dá conta do recado mas é boazinha. Ora, não gosto de maniqueísmo e prá mim o que falta é os jornalistas da `mídia alternativa`, tentarem fazer algo que não seja reclamar.

Porque eles não tentam entrar na grande mídia para melhorar algo? Nem que seja prá chutar o balde mas, pelo menos, que deixem de ser demagogos. Ou isso é impossível? Se ninguém me convencer do contrário, vou achar que aquilo que ouço pelo curso tem sentido também nesse caso: Quem muito fala, pouco sabe fazer. Ou na verdade não querem fazer porque não tem coragem.

Porque aí não adianta vim dizer que não entra na grande mídia prá `não se vender ao capital`. Que essa história já cansou. Mesmo.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Narrativas do Fato, mesa de livro-reportagem

Estou acompanhando a mesa de discussão Narrativas do fato: crescimento do mercado de livros-reportagem, com Klester Cavalcanti, Sérgio Vilas Boas e Cassiano Machado, que começou às 17h30 no auditório do CCE. É a VIII Semana do Jornalismo, gente! Transmissão online pelo site da Semana.

Destaques:


- Sérgio Villas Boas

As tendências atuais de consumo de livros estão para a não ficção. As pessoas estão percebendo o quanto é insuportável a quantidade de coisa irreal que se publica, de ficção, por isso se agarram em coisas reais.

- Minha pergunta para o Sérgio: A que você atribui essa busca do público por publicações mais realistas ao invés da ficção?
Só posso estimar que acho que hoje em dia tá muito difícil a gente ser a gente mesmo, há uma homogeneização de consumo, de cultura. Se incentiva o consumo mais do que você pode consumir. É muito mais difícil achar gente que diga: Chute o balde. A ficção deixou de ter apelo forte, porque as pessoas estão procurando o que explique o real.

O Brasil ainda está ruim no quesito livro de viagem. Falta aquela forma antropológica, cultural de se descrever os lugares.

Para se fazer bom jornalismo literário:
1. É preciso selecionar os personagens que tem conteúdo. Pessoas que pensam e agem diferente da multidão. Elas precisam ter uma atitude diferente em relação às outras pessoas.
2. Tem de ter um senso de síntese. Não há espaço ilimitado para escrever nem mesmo no jornalismo literário.
3. Valorizar sua presença em campo. Se você está em campo, tem de ter diferencial. Sua matéria não pode ser como se fosse feita por telefone. O tratamento literário dá prá se trabalhar, mas a falta de boa apuração em campo não dá prá trabalhar.


-
Klester Cavalcanti
Eu tenho uma tendência a não me acomodar, quando vejo que tá bom demais, eu procuro mudar.
Um trabalho prá ter esse carimbo de livro-reportagem tem que ter nomes reais e datas. Se o leitor não puder, ele próprio, checar o conteúdo do livro, prá mim não vale. É uma negociação dura com os entrevistados. (Klester escreveu o livro O nome da morte, sobre a vida de um assassino profissional que em 35 anos de carreira matou 493 pessoas)
Citando Garcia-Márquez: "A boa reportagem coloca o leitor no local dos fatos". Tem de ser tudo muito bem checado e apurado, nem um grau fora da verdade.

Não fui parcial ao escrever o livro (O nome da morte), eu botei tudo como era, a frieza dos assassinatos e o assassino como pessoa, homem de família. As pessoas se confundem ao ver que o assassino também tem sentimentos, chora, reza, o Júlio Santana matava friamente, mas ele se sentia um instrumento. Se não fosse ele seria outro pistoleito.

Dica para os iniciantes: Ler coisa boa. Como tudo na vida, você só consegue escrever bem se for um bom leitor. Se você não tem curiosidade em saber como é o outro, o que ele sente, não dá.

Klester chutou o balde: Kapuszinski é picareta. Seu livro, O Império, que é considerado referência em livro-reportagem, tem coisa inventada, é mal escrito. Mas, como ele vem de fora, todo mundo acha bom.


- Cassiano Machado
No mercado editorial, um dos fatores positivos para a publicação de livros-reportagem aconteceu em 2002 quando a Cia das Letras lançou uma série. Outro fator foi a criação da Academia Brasileira de Jornalismo Literário e a fundação da revista Piauí em outubro de 2006. Eu sinto que o livro-reportagem, em geral, são muito pouco inventivos.

Os temas são repetitivos. Interessa mais como a pessoa contou a história, não o tema. Ele cita O livro amarelo do terminal de Vanessa Bárbara, e Santo sujo de Nélson Werneck, como exemplos de bom livro.

As pessoas acabam trabalhando mais por paixão que por dinheiro porque nosso mercado não tem capacidade de bancar esse tipo de jornalismo.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Semana do Jornalismo UFSC

Próxima semana é só Jornalismo aqui na UFSC. É a nossa VIII Semana do Jornalismo. Acreditem, organizada pelos alunos. Nesse ano temos a Revista da Semana, mini-cursos, palestras, mesas de discussão e tudo recheado de convidados legais. E é claro o tradicional Churrasco do Dalton, com opção vegan! Mais info no site da Semana.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Zero na área

Saiu a primeira edição do nosso Zero - o jornal-laboratório. Nas bancas para quem puder alcançar um, hehe.

O Universo Bizarro cumple seis anos hoje! Seis anos de um tempo tão legal!!!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Pauta sem retranca

Retranca no jargão jornalístico é um gancho que prende uma matéria à atualidade. Pauta é aquilo que vem antes da matéria, ou seja, organiza as idéias, sugere fontes, dá um resumo do que o repórter precisa desenvolver na matéria.

A rigor, toda pauta, tem de ter retranca. Mas, como volta e meia somos um ultraje ao rigor (trocadalho do carilho!), volta e meia sai uma pauta sem retranca. Não que elas não existam. Existem sim nas revistas especializadas, grandes reportagens, publicações ou produtos de fundo informativo mais frio (quer dizer não muito atual). Mas num jornal a retranca é sempre exigida.

No Zero não é diferente. A gente até tenta passar umas pautas desretrancadas mas aí o repórter reclama. Como é que sai um lead sem retranca? Só o Scotto - professor - prá salvar. Isso me leva a pensar como a gente é refém do retranquismo. Quer dizer que se algum dia eu não tiver uma retranca e quiser escrever mesmo assim, vou estar pisando num terreno pantanoso, no qual não domino meu texto?

Seria assim se eu levasse muito a sério meus professores, ou, a maioria deles. Eu os respeito muito, mas não dá prá confiar em todo mundo. Meu critério para uma pauta não é se tem ou não retranca e sim se outras pessoas gostariam de ler. Tem coisas muito interessantes que acabam perdendo lugar para fatos idiotas simplesmente porque não tem retranca.

E assim não adianta reclamar que as pessoas não lêem mais porque são ignorantes e preguiçosas. Com essa quantidade de leitura ruim que um jornal proporciona, que vai culpá-las?

sábado, 12 de setembro de 2009

Novelas e nossa brasilidade

A novela Caminho da Índias marcou minha estadia no Chile. Eu gostava um pouco da novela antes de ir para Santiago, mas lá o sentimento de pertencimento que a novela dava amenizava a saudade da terrinha. Tinha vezes que a TV da sala era disputada a tapa para que pudéssemos ver a novela no horário da Globo Internacional.

Tem muita gente que reclama das novelas da Globo, mas a qualidade não tem comparação. As novelas chilenas nem podem ser comparadas de tão ruins. O povo de lá sabe e elogia muito as nossas produções. Os chilenos sempre elogiam o fato de as novelas brasileiras sempre tratarem de assuntos de interesse público, lidam com informações reais para desmistificar tabus e informam a população em verdadeiras campanhas, como a luta antimanicomial, defesa do estatuto do idoso, direito dos homossexuais, entre muitos outros.

Além disso a qualidade técnica das produções é de alto nível. Os atores tem melhor preparação, as equipes são mais profissionais.

Eu já disse aqui que a gente aprende muito sobre o lugar de onde veio quando vai viver em outro lugar. Eu aprendi a dar valor até mesmo para nossa novelas, que apesar de tudo, são boas sim e prova disso é que são produto de exportação para todo o mundo. Brasil não é fraco!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Musiquinha vasca

Bom, para relembrar, aí vai a musiquinha que a Aitziber me ensinou:

Oso ongi egiten duzulako
Mugitu besoak olatuak bezala
Xuabe-xuabe xu-xu-xuabe
Eh! Aitziber! Hasi datzatzen!

Abaixo tem um vídeo, não é nosso mas dá prá aprender a musiquinha.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Agora com Twiter!

Prá que serve? Ainda não sei, a ver...
Tá nesse endereço: twitter.com/jfrandalozo

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Zeroooo!!!!

Na reta final para fechar o Zero (sem brincadeiras!), nosso jornal laboratório aqui do JOR-UFSC, a Ligia, uma das monitoras, me disse que se percebe de longe qual é o meu texto no meio de todos os outros. Ora porque? Porque tenho estilo de blog até escrevendo pro jornal, ela disse.

Não sei se isso é bom, ruim ou bizarro - afinal o UniB tá completando seis anos no dia 17 de setembro (preparem-se para a festa!!!) -, mas fiquei um pouco preocupada e um pouco feliz. Feliz porque aparentemente meu texto não está tão travado pelas técnicas jornalísticas e nisso as aulas do professor Scotto estão ajudando. Preocupada porque a matéria fica meio parecida com um artigo e isso soa estranho em um jornal.

Por outro lado, o Zero não é um jornal convencional. É mensal e com textos grandes, não necessariamente factuais. Isso quer dizer que se o texto rolar mais solto fica mais agradável prá ler, óbvio. Não é aquela coisa toda dura - da 'teoria do duro e mole' do professor Scotto - que caracteriza o miolo de um jornal convencional.

Para o duro ou para o mole, sigo estudando e em sérias dúvidas sobre se adio meu projeto e, consequentemente, meu TCC, para o próximo semestre. O que vocês acham? Me formo no inverno congelante ou no verão escaldante de Florianópolis?

terça-feira, 1 de setembro de 2009

El país más grande del mundo

No Chile ouvíamos sempre essa frase, dita num tom irônico. "Eres del país más grande del mundo?" Sem entender muito bem´, perguntei a Belén, mi hermana porque diziam isso. "É que o Brasil é mesmo grande", ela disse. Desconfiei porque ela disse isso e desconversou, acho que não queria contar a origem da broma.

Resolvi perguntar a outras pessoas e procurar na web alguma explicação. Ora o Brasil é um país grande mas não é o maior do mundo. Encontrei algumas que contavam de uma entrevista de Pelé, na qual ele dizia que "o Brasil era o país com o “estádio más grande del mundo” e não sei o quê “más grande del mundo” e aquilo outro “más grande del mundo”. [+]

A partir de então toda latinoamérica de habla espanhola sacaneia os brasileiros soltando a ironia: “Brasil, país más grande del mundo!

Para completar encontrei um multimídia do Clarin.com: Brasil petrolero. E adivinha o subtítulo? "O país mais grande do mundo", em português mesmo, ou melhor, castelhanês.

E a gente aqui nem desconfia que somos el país más grande. Não falei que o Brasil é o país menos latinoamericano da Latinoamérica?

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Quarta-feira

~Despertei decidida a não ir à aula. Deu certo! Não teve aula e a professora não havia avisado. Pelo menos uma coisa boa essa semana. Não tô animada com esse novo trabalho. Sinto falta de trabalhar na Sala Verde, onde eu trabalhava muito mas me sentia feliz com o que eu fazia. Que diferença faz trabalhar menos ou ganhar mais se você não é feliz?

Bom, por enquanto é um desafio, mas a partir do momento que deixar de ser, caio fora, não devo nada a ninguém.

O que eu mais gostava na Sala Verde era que as pessoas faziam acontecer, realizavam, ao invés de ficar teorizando em suas pesquisas intermináveis e excessivamente acadêmicas - no sentido de serem burocráticas e não práticas - que nem contribuem para a prática, nem para o ensino. Isso porque os professores estão preocupados só em aumentar seu currículo Lattes e se esquecem que a função do professor é de dar aula e não se atualizam, nem se qualificam para dar aulas.

Essa falácia toda me cansa.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Servidores técnicos X Bolsistas

O problema não é novo e não existe só na UFSC. Muitos monitores-bolsistas desempenham as funções de um técnico concursado, às vezes tem a mesma carga horária e até mais responsabilidades que muitos técnicos. E recebem menos que um salário-mínimo, não tem benefícios, nem carteira assinada, tem de prestar contas de tudo o que faz e muitas vezes é exigido além de sua qualificação.

Quando eu trabalhava no Projeto Sala Verde tinha uma carga horária de 20 horas semanais, assim como os outros sete monitores, mas muitas vezes trabalhávamos bem mais que isso enquanto víamos técnicos chegando com horas de atraso, saindo com horas de antescedência, tirando licenças e mais licenças enquanto a gente tinha que barganhar uma semana de férias para passar com a família, enfim, trabalho que é bom nada.

Não acho ruim, porque aprendi muito mais na Sala Verde que em qualquer outro lugar que já trabalhei e nossas funções lá eram sempre dentro de nossas áreas de conhecimento, uma extensão de saberes, realmente. Fora que a gente podia ser protagonista, tinha contato com pessoas interessantes e podia fazer muitas coisas construtivas.

O que achava e ainda acho injusto é que com essa disparidade, os funcionários concursados achem que trabalhar oito horas diárias é muito. O sindicato está encabeçando uma luta para que se reduza a jornada para seis horas. São 30 horas semanais, com o mesmo salário. E nós que chegávamos a trabalhar esse mesmo tanto sem receber nem hora extra e nem sequer um salário mínimo, não podemos nem reclamar, porque afinal, as bolsas são 'benefícios'.

Também sei que tem muito bolsista picareta que só preenche a vaga e não trabalha nada. E mesmo entre as bolsas há diferença de carga horária. Agora eu estou em uma de 12 horas semanais, recebendo o mesmo tanto que recebia na Sala Verde. Só que agora tenho que cumprir funções que estão mais para um serviço de técnico que de um monitor de Jornalismo.

Não acho ruim novamente, porque é interessante para mim trabalhar com Flash e vou aprender mais se precisar dar aulas, só que dar aulas de flash não seria uma função técnica ou obrigação do professor? Mesmo porque requer um conhecimento que não possuo, uma vez que só aprendi o que precisava para meus trabalhos finais. Se querem um técnico porque não contratam um técnico?

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Volta ao RU

Hoje fui almoçar no RU, Restaurante Universitário, pela primeira vez desde que voltei. Tava com saudade do feijão com arroz e agora tem até novidade: suquinho na máquina! Dá prá escolher o sabor e tomar o quanto quiser. E o bom é o precinho camarada pro universitário ferrado, continua R$1,50. Lá na Universidad de Santiago a gente não pagava porque era bolsista, mas para o estudante não-bolsista o valor era de $1500 chilenos (R$6). No Brasil, a gente come bem...

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

O que há por trás da gripe suína



Documentário argentino. Paulada.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

E a Porcina continua...


Do The Clinic, meu periódico chileno favorito.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Produción na Usach

Resolvi botar essas fotos aqui. É do último programa que apresentei com a turma de Produción para televisión na Usach. O programa era o Made in Chile.

Observem que Uma Foca está muito a vontade na mesa de luz ali do lado. Minha função era a iluminação, inclusive para o "show" no final. Na Usach também faltavam técnicos e os alunos tinham que aprender a lidar com tudo para botar o programa no ar.

Na UFSC, temos os técnicos no estúdio de TV, que fazem a luz e o som, assim nos preocupamos mais com o conteúdo.

domingo, 9 de agosto de 2009

Mudanças

Depois de cinco meses fora, algumas coisas permanecem exatamente do jeito que você deixou, outras mudaram, algumas muito. Preparei uma listinha das coisas que mudaram, algumas afetam só a mim, outras afetam mais gente. A ver.

- Derrubaram o ´muro de Berlin´. Era uma parede que separava o curso de Jornalismo dos outros cursos do CCE na UFSC. Até então estávamos isolados e só se podia entrar e sair do curso por uma porta. Foi uma decisão da chefia do CCE e a chefia do Jornalismo não gostou porque o controle fica mais difícil e o curso tem equipamentos caros para cuidar.

- Quando fui pro Chile minha irmã estava grávida, agora ela é mãe. Isso muda muita coisa!

- As paredes do meu quarto estão brancas. Antes eram metade rosa (argh), metade bege. Nem preciso dizer que ficou melhor assim.

- A antiga república agora virou casa de família. Agora moro com minhas irmãs, Lu e Má, o Rafa, marido da Lu, e meu sobrinho Ernesto de três meses.

- Minha velha cama comprada num brik, logo que eu mudei prá Floripa, deu lugar a uma cama box. Tô chique até prá dormir!

- Minha cachorra Nininha morreu e agora, a Soninha, sua irmã e parceira desde que eram zigotos dentro da mamãe parece estar ficando doida. Quase não me reconheceu quando cheguei.

-As duas cachorras de minha tia vão embora. Agora serão só duas cachorras problemáticas e um gato. Minha mãe já pensa em mudar prá uma casa menor.

- A Sala Verde tá diferente, a Clarice passou num concurso e foi prá Porto Alegre e eu não sei onde vou trabalhar agora.

- Tô tendo que me virar sem meu computador até resolver o caso da mochila extraviada em Uyuni. O computador tá comigo, mas a fonte de alimentação tá lá na mochilinha da Usach.

- O Restaurante Universitário foi alvo de protestos liderados pelo DCE e está melhorando o cardápio com boas chances de incluir opções vegetarianas até o ano que vem. Só porque eu tô saindo...

- O UFSCão mais famoso, Catatau, morreu. Ele tinha até uma coluna no Canudo, o jornal do DCE. O movimento estudantil fica mais triste sem ele.

- A pizzaria que era referência de onde moro em Floripa mudou de nome! De Chico Toucinho para Chico Trindade. Ainda não sei o motivo. Mas, talvez o dono tenha se desiludido com o Francis Bacon...

- Sinto falta do wireless e da água quente na torneira da cozinha. Essa mordomias só no El Punto.

- Uma Foca sente falta da agitação da galera do El Punto. Eu também, disse a ela, mas ela não me ouve mais, só fica cantando: Hago este llamado para que tu vuelvas...

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Feliz!!!

Eu pensei que fosse estranhar mais as coisas na volta à ' vida real'. Que fosse achar entediante, chato, monótono, mas não. Tô feliz.

Feliz de andar na rua sem que fiquem me olhando como um animal de zoológico, feliz de encontrar papel higiênico no banheiro da universidade, feliz de poder tocar os livros na estante da biblioteca, feliz de respirar ar puro e fresco do litoral, feliz de entender tudo o que me dizem, feliz de me sentir mais um na multidão. Nunca pensei que fosse ser tão feliz por essas coisas tão simples!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

De volta à rotina: primeiro dia de aula na UFSC

Hoje à tarde tive minha primeira aula: Jornal Laboratório Zero, com o professor Jorge Ijuim. A disciplina é pesada, temos que produzir quatro edições do jornal em quatro meses fazendo de tudo, reportagem, edição, editoração e diagramação. De quebra a distribuição também, porque isso nunca é levado em consideração pelo edital de contratação da gráfica que imprime o jornal, então sobra para quem quer ajudar.

Depois da aula passeei pela UFSC, revendo meus lugares favoritos e redescobrindo mudanças em outros. A biblioteca com os livros ali à disposição de dedos curiosos, coisa que na Universidad de Santiago é simplesmente impossível. Os jardins e as praças amplas em frente ao CCE, o departamento de Jornalismo, com os colegas, os professores, as paredes brancas e os barracos de sempre.

Estar de volta é muito bom!

sábado, 1 de agosto de 2009

Uyuni, terceiro dia em meio ao salar


Ao lado Uma Foca na ilha de Incahuasi, 'morada inca', bem no meio do salar de Uyuni.

Como é bom estar em casa

Passei a madrugada esperando o voo de Campo Grande a Florianópolis que saiu às 3h50, com conexão em São Paulo. Às 8h20 cheguei em Floripa e vocês sabem, sou uma manteiga derretida e chorei feito um bebê quando vi se aproximar essa ilha que tanto quero. Ainda restava uma preocupação com a mochila despachada, principalmente depois de extraviarem minha mochilinha da Usach em Uyuni.

Para meu alívio foi a terceira bagagem a surgir na esteira e acho que os despachadores de bagagem tiveram dó dela porque veio embaladinha num plástico. Encontrei minha família, mi amor, mas ainda não meu cães porque na segunda já volto prá rotina e não dá tempo de ir a Imbituba. Já matei a saudade da comida de minha mãe, feijão, mandioca, farofa, tudo tem gostinho de casa, mas parece que falta alguma coisa.

Hoje vi no Facebook que muitos da Família El Punto ya estão em casa. Saudades, mesmo. A bandeira chilena llena de firmas está já em um lugar especial na casa, para que sempre recuerde los buenos momentos.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Tren de La Muerte

O trem saiu da Estação de Santa Cruz de la Sierra exatamente às 12 horas de quinta-feira, 29. Primeira viagem de trem e elegi el Tren de La Muerte, na versão full - parando em todas as estações - e atravessa o pantanal para chegar em Puerto Quijarro, perto de Corumbá, Brasil, às nove horas de sexta-feira.

Não foi entediante, como dizem, ouço e vejo tudo e vou aprendendo sobre as pessoas e as coisas da Bolívia, este país tão diferente. Além de ver o sol se pôr com os belíssimos pássaros pantaneiros se recolhendo em seus ninhos, ver também o sol nascer em um colorido fantástico nessas terras.

A ferrovia que leva el Tren de la Muerte matou muitos trabalhadores para que ficasse pronta e daí traz seu nome. Assim como a Madeira-Mamoré no Brasil, as doenças endêmicas foram as principais responsáveis pelas mortes.

Durante a viagem, entram bolivianas e bolivianos vendendo comida, refresco, quinquilharias, algumas crianças também. Café brasilero, salteña boliviana, limonada, empanada de pollo, pollo asado, al horno, tudo o que se imaginar de comida e quitutes.

De vez em quando o trem pára, dá um tranco, incorpora ou deixa um vagão, troca de locomotiva. É uma serpente em trilhos que vai marcando a vida de los pueblos que se espalham pela ferrovia.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Em Sucre

A capital da Bolívia, Sucre, é uma cidade histórica, belíssima, com prédios antigos e história em cada parede de seus prédios antigos.Em Sucre conheci o Museo Etnográfico, onde havia uma exposição de máscaras folclóricas e também vi, meio por acaso, uma esposição de trajes folclóricos, feitos em miniatura em bonecas.

Muy hermosos los trajecitos de todo o continente americano e das províncias bolivianas. Feitos por senhoras que trabalhavam divulgando o folclore boliviano, os detalhes eram perfeitos e continham informações sobre os países ou províncias. Me emocionou ver o hino nacional brasileiro em espanhol.

Sucre foi a cidade onde mais vi bolivianas em seus trajes típicos, de cholla, com suas várias saias sobrepostas, chapeuzinho no topo da cabeça e par de tranças com os tradicionais tullmas, adornos que prendem o cabelo no final da trança.

Em Sucre também soube que a atual conjuntura política da Bolívia está dividindo o pa[is entre oriente e ocidente. O povo de Sucre está ressentido pela preferência de Evo Morales por La Paz e isso se nota nos muros da cidade e nas conversas com os moradores que denunciam perseguições políticas e prisões sem motivo.

Além disso a economia não vai bem e há momentos que beiram a convulsão social como ocorreu no início do ano, quando várias rutas foram interrompidas e cidades inteiras se revoltaram contra o plebiscito fraudulento de Evo.

Tour Salar de Uyuni - três dias no meio do nada

Quando saímos de San Pedro, no sábado, dia 25, estávamos em 28 turistas pela Agência Atacama Mística. Saímos em um microônibus enquanto toda a bagagem ía em uma van. Paramos na aduana chilena, onde encontrei um grupo de uns 30 brasileiros que viajavam juntos. A bandeira de Santa Catarina colada no abrigo que usavam como uniforme me animou a perguntar se eram de Floripa. Eu puxei assunto em português e parecia que há séculos não falava.

É uma sensação muito estranha. Fui falando devagar, entranhando minha própria língua, tinha de pensar para encontrar as palavras. O grupo era de Joinville e estava na estrada percorrendo de ônibus vários países da América do Sul. Cada país que visitavam ganhava uma bandeirinha nos abrigos.

Os trâmites chilenos foram demorados. Apresentei meus papéis e meu RUT com o passaporte e como meu visto ainda tinha validade para mais três semanas, foi carimbado de forma a permitir minha volta. Fiquei imaginando como seria voltar, mas naquele instante era eu e eu mesma e não podia ficar alimentando sonhos. Voltei rápido para o micro, sempre preocupada com minha bagagem composta de três mochilas que carregavam tudo de mais importante que eu podia ter.

Seguimos para a aduana boliviana, sempre subindo por cerca de uma hora e meia. São Pedro e as paisagens incríveis íam ficando para trás. Os chilenos do micro conversavam animados, parecia um grupo grande de amigos viajando juntos. Sem vontade de puxar papo, botei meu MP3 e fui escutando a trilha sonora da minha despedida: The Call, de Regina Spektor, e This Is Home, da banda Switchfoot.

A letra de The Call diz: "Você vai voltar, quando eu te chamar. Não precisa dizer adeus". E a de This Is Home: "Eu procurei por um lugar para mim. Agora eu o encontrei. Este é meu lar... Isto ainda não acabou. Nós somos um milagre e não estamos sozinhos".

El Punto representa mais que uma moradia temporária, representa a casa da nossa família, de brasileiros, espanhóis, vascos, chilenos, argentinos, paraguaios, alemães, franceses, venezuelanos, panamenhos. Meus irmãos e minha família para sempre.


Enquanto via o deserto sem fim do Atacama e escutava as músicas, ía lembrando os momentos incríveis e as pessoas especiais que fizeram parte da minha estadia no Chile. Não há palavras que definam o que foi tudo isso.

Bolívia nas alturas
A burocracia na boliviana foi mais rápida. Ao chegar peguei os papéis com o guia do agência e fui prá casinha da aduana rapidinho para não ficar muito atrás na fila. Os oficiais mal olhavam os papéis, carimbavam e passavam para o próximo.

Com os papéis carimbados, fui para o lugar onde estavam estacionados os quatro jeeps da agência. Tentei resgatar minha mochila grande que estava afogada em meio às outras bagagens e tudo o que consegui foi estourar um dos cabos, tão facilmente que parecia que estava podre. Puta la wea, chinguei. E com ajuda de outro brasileiro que estava no grupo, consegui abrir espaço para puxar o mochilão. Felizmente tinha fita silver tape e vedei o buraco do jeito que dava.

Dei por falta da mochilinha da Usach - parecia uma premonição - e fui encontrá-la ainda dentro da van. Quase que levam ela de volta a San Pedro porque estava camuflada com uma capa de chuva preta toda empoeirada. Tomei café com pão redondo chileno - aquele que parece um pão sírio - e queijo. Comi bastante sem nem me preocupar com a puna. Já eram 11 horas da manhã e pelo jeito o almoço não seria pontual.

Na aduana boliviana já ficaram três, pela puna, o mal da altitude. Eram justamente três brasileiros. Assim, seguimos em 25 mais os motoristas em quatro jeeps Toyota 4X4. E logo eu ía entender porque eram necessários os 4X4.

O grupo era formado por 16 chilenos, duas alemãs, duas holandesas, três ingleses, uma australiana e euzinha que sobrei de brasileña. A mim me tocou ficar em um jeep com mais cinco chilenos. Melhor assim, porque se eu fosse com os gringos, não ía ter muito o que conversar já que meu inglês se encontra um tanto enferrujado.

No meio do nada e sem estrada
No início do tour, a gente passa por lagunas e um geiser com piscinas de águas termais. Vai se passando uma sucessão de paisagens, uma mais incrível que a outra e estrada? Nenhuma. Se os motoristas não conhecem o trecho se perdem no meio do nada. Porque na maior parte do caminho nao tem ruta.

E tem trechos que eu sinceramente pensava que o nosso motorista, um boliviano muy buena onda chamado Agapi, estava equivocado em tentar passar. Mas, a gente seguia, ouvindo música boliviana de duas fitas cassete, que junto com outra de música anos oitenta eram as únicas disponíveis.

A primeira parada é na Laguna Blanca. Vejo as fotos que tirei e penso que realmente não fazem jus ao espetáculo que é aquele lugar. A laguna é branca por causa dos minérios que descem das montanhas e pelo gelo que se forma na superfície. Dá prá caminhar por sobre a laguna nos trechos congelados. Escorregadio, mas muito interessante ver o movimento de ondinhas congelado e com um pozinho do deserto grudaod na parte mais superficial do gelo.

Havia muito animais em volta do lago, flamingos, llamas, pássaros. Cliquei todos eles exaustivamente até ver que todos já estavam indo para os jeeps.

Muita gente foi sucumbindo à puna ao longo do primeiro dia e às cinco da tarde quando chegamos ao primeiro hostal, um alojamento em frente à laguna colorada, para almoçar e jantar em um intervalo de três horas (houve um ´pequeno´atraso no almoço), alguns preferiram dormir a comer.

Eu tava bem, minha puna foi toda no dia das Lagunas Altiplânicas e já estava acostumada à altitude, apesar de me faltar fôlego para dar dois passos. A primeira noite foi sem banho, não tinha água quente no hostal, e enfrentamos temperatura de -20 graus. Eu que não tinha saco de dormir, fiquei preocupada, mas aí os que não precisavam, me passaram seus cobertores, vesti toda a roupa de frio que tinha e fui dormir sem poder me mover, de tanta roupa, e com a respiração ofegante porque faltava ar até prá dormir.

Nos próximos posts, ponho as fotos que não estou conseguindo baixar nessa lan house e conto mais detalhes.

Uyuni, segundo dia de deserto

No segundo dia pegamos as estradas mais difíceis, onde o 4X4 dos jeeps mostraram a que vieram. Eu disse estrada? Hahah, na verdade estrada não tem. Só os motoristas mais experientes, e bolivianos, conhecem o caminho, que às vezes parece inexistente. Agapi, o motorista do nosso jeep nos apresentou o deserto congelado.

Vimos faixas brancas nos lados da rota onde passava o jeep. Pensamos que era sal, mas Agapi explicou que era gelo. No lugar não tinha nenhuma planta, nem cactus, a pouca umidade que tinha vinha da neve que caía de vez em quando. A neve se acumulava e formava os blocos de gelo. Foi impressionante ver neve no meio da areia desértica. Gelo branquinho em uma paisagem de faroeste. Extremos de deserto.

Até chegar em outra laguna, onde paramos para almoçar. Era a laguna Honda, repleta de flamingos. Novamente atolei meu pé e dessa vez foi no meio do cocô branco de flamingo que se acumulava na beira do lago. Mas, que importa para quem já atolou o pé no meio do sal, da lama, da areia?

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Em Uyuni

Chegamos em Uyuni com algum atraso, porque o nosso jeep teve que parar em Colchani para comprar combustível, já que os outros jeeps tomaram emprestado do nosso e agente ficou sem. Mas, tudo certo, o tour foi sensacional, o salar, as lagunas, o deserto, tudo incrível! Bom, agora vou a Sucre, saio as 19 horas daqui de Uyuni. Detalhes do tour e fotos depois.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

O sol naciente de San Pedro e a pedra feliz

Último dia en San Pedro, sonhei com minha família, meus amigos e com minha cachorra Nininha, que como vocês sabem morreu enquanto eu estava em Santiago. Acordei às 6h20 da manhã com a sensação de que ainda afagava seu pêlo macio. Decidi que no último dia en San Pedro ía ver o sol nascer. Não foi preciso ir longe. A alguns metros do hostal encontrei um muro muito eficiente na tarefa de me apoiar na função de tirar fotos do nascer do sol.

Um frio de 5 graus negativos e a mão que opera a câmera estava em processo de congelamento. Mas a visão do sol surgindo ao lado do vulcão Licancabur, o cone mais perfeito do Chile, aquecia. Naquele cenário incrível, ouvi o silêncio do Atacama, esse lugar misterioso e magnífico, onde a natureza mostra uma variedade impressionante de frio e calor, areia e gelo, extremos que não vemos por aí, na esquina de casa.

O sol se levantou e o Licancabur - adorado como um deus pelos pueblos atacameños que lhe rendiam sacrifícios nos tempo mais antigos - mostrou seu explendor iluminado. Enquanto procurava uma fenda para subir no muro onde me apoiei para tirar fotos, encontrei um sorriso. Era um pedaço de barro seco, provavelmente resto do muro de adobe que eu subia e com a luz do sol batendo de lado, parecia sorrir para mim. Uma pedra feliz!

Na volta para o hostal percebi porque seu nome era Casa del Sol Naciente. Era a primeira casa do povoado a receber a luz do sol da manhã. Senti uma afeição muito grande pelo hostal, que mais parecia um acampamento, devido à quantidade de areia que se podia encontrar sobre as camas.

E senti que queria viver aquilo tudo, o frio intenso, as tempestades de areia, os pés atolados na lama salgada do salar, as mãos feridas de tanto frio, tinha uma vontade louca de viver, de conhecer, de sentir aquele deserto, aquele mistério. Mais um para compreender nessa imensidão de mistérios que é o universo.

Ao entardecer fui ao pueblo e depois de fazer tudo o que precisava, entrei na igrejinha branca que todos conhecem como cartão-postal de San Pedro. Resolvi fazer uma oração e agradecer tudo o que tinha vivido e pedir proteção para a segunda parte da viagem, onde estaria sozinha. E foi ali no silêncio da igrejinha e sob o teto feito de cardones, os cactus gigantes do Atacama, que comecei a ouvir uma música se aproximando.

Reconheci pelo som a banda que estava tocando desde o amanhecer perto do hostal. E pelo barulho estava se aproximando da igreja. Saí quando o barulho parecia estar à porta da igreja. Estava. Eram os seguidores de Santiago, comemorando o dia do santo com música, cantos e danças típicas, o estandarte à frente e as roupas coloridas e brilhantes. Logo em seguida vinham os ciganos, no mesmo ritmo, mesma animação.

No mesmo instante me senti transportada a minha infância em Minas Gerais, nas folias de reis que assistia admirada em Ibiá, cidadezinha onde vivi por três anos. Desde o estandarte até o ritmo da banda, as dancinhas dos foliões, os trajes coloridos, os grupos entrando um a um na igreja para prestar suas homenagens ruidosas ao santo do dia. A cultura pagã dos povos campesinos se reunindo sob teto cristão.

Resolvi ficar mais um pouco e assistir a missa. Os cantos litúrgicos são iguais os do Brasil, só que em castellano. Ainda lembro deles, mesmo tendo deixado o cristianismo há mais de dez anos. Música é uma coisa que nunca esqueço. Confraternizei com meus vizinhos de assento, desejei-lhes a paz, trocamos cumprimentos. Me senti plena e com a sensação de que minha passagem por San Pedro não podia ter tido melhor encerramento.

Amanhã em Uyuni, Bolívia

Ontem contratei o tour para Uyuni de três dias, saindo no sábado 25, às oito da manhã, pela Agência Atacama Mistica. Devo chegar em Uyuni na segunda, 27, às três da tarde.

De Uyuni sigo direto para Sucre, onde devo passar o dia e sair a noite para Santa Cruz de La Sierra, chegando no dia 29, quarta-feira. Cortei Potosi do roteiro porque ficava com o tempo muito apertado entre um onibus e outro. Além do mais minha bagagem está grande e pesada, são três mochilas, sendo uma de 75 litros, afinal, foram cinco meses aqui no Chile e tenho que levar tudo, ou quase tudo, de volta.

O roteiro do trecho dois da viagem é esse:

- Salar de Uyuni, 25, 26 e 27 de julio. Chegada em Uyuni, segunda-feira, 27, às 15h. Sigo direto para Sucre em bus noturno, umas 10 horas de viagem.

- Dia 28 de julio, terca-feira - Chegada a Sucre pela manha. Passar o dia na cidade, que tem muitos pontos interessantes. Bus à noite para Santa Cruz de La Sierra, 14 horas de viagem.

- Chegada a Santa Cruz na quarta, 29, hospedagem no Hostal Ambar Backpackers, Mercado # 554, entre av. Cañoto e Isoso. Comprar passagem para o Tren de La Muerte, para Puerto Quijarro. Pernoite na cidade.
HOSTAL AMBAR-Santa Cruz, BoliviaDir.: Calle Mercado # 554, entre av. Cañoto e IsosoTel.: +591 3 3358959 Fax.: +591 3 3358959 E-mail: ambar@boliviahostels.com

- Dia 30 de julio, quinta-feira - Saída do Tren de La Muerte às 16 horas.

- Dia 31 de julio, sexta-feira - Chegada a Puerto Quijarro às 9 horas. Seguir para Corumbá. Almo´car finalmente uma comida brasileira (feijaooo!!!) e seguir de bus até Campo Grande, já falando portugues! Da rodoviária para o aeroporto. O voo sai às 3h50min do sia 1 de agosto.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Geiseres del Tatio

Nos levantamos as 3h30 da manhã para esperar o micro da agência para ir até os Geiseres del Tatio. Não tinha água e a cozinha estava trancada. Tivemos que escovar os dentes com água mineral na canequinha. Mais tarde já no bus, soubemos que isso se passou com todos, porque a água em San Pedro é cortada às 10h da noite.

Tava muito, mas muito frio, e mesmo com a calefação do ônibus ligada a gente sentia os pés congelados. Para minorar os efeitos da altitude, o guia nos recomendou dormir até chegar ao Geiser. Não consegui sono e no início da subida já comecei a sentir o mal da puna. Nem pensei duas vezes, peguei as oito folhinhas de coca e botei no fundo da bochecha, revirando de vez em quando para extrair o sumo.


Assim, quando chegamos ao geiser do vulcão Tatio, a 4300 metros de altura (San Pedro está a 2300m), estava bem. Ao amanhecer que percebi que o suor das janelas do ônibus estava congelado e isso com a calefação ligada! Chegamos com o sol já de pé, porque o ônibus era muito grande para a estrada que estava toda ondulada e além disso, teve problema com os amortecedores.

Pelo menos o guia compensava com bom humor e explicou tudo sobre as fumarolas, a formação dos Geiseres, teorias a respeito, acidentes que aconteceram ali, as cordilheiras que cercam o campo geotérmico, animais que vivem por ali. Mesmo assim, tivemos só 20 minutos para nos banhar na piscina de água quente ou recorrer as fumarolas maiores.
Eu queria fazer os dois, mas não dava tempo. Me chamou atenção que pelo frio intenso, a água que sai fervendo das crateras, congela poucos metros depois. É lindo de se ver, mas eu nem sentia mais meus dedos de tanto frio.

Ao sair do parque, passamos por vicuñas, que são como veados, animais silvestres dessa região. Também encontramos outros bichos no caminho do pueblo de Machuca, que vive ali há 4 mil anos. Na volta mais vicuñas e o cardone, um cactus gigante que era usado como madeira. De fato o teto da Igreja de Toconao e a portinhola do campanário da vila são feitos com cardone. Hoje o cactus é protegido, mas foi quase extinto.

Dessa vez eu me senti bem o passeio todo, mas muita gente se sentiu mal pela altitude e se notava pela palidez. Ofereci minhas folhinhas de coca, mas não adiantou muito. Belén e Mariano decidiram mudar suas passagens e ir embora hoje, porque Belén está com sinusite e não se sente bem. Eu sigo até Bolívia e depois Brasil. Hasta!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Laguna Cejar

Fomos ao Tour Laguna Cejar, onde se pode ver as lagunas mais próximas de San Pedro. Antes de vir a San Pedro, queria fazer esse tour de bicicleta. Mas, quando contratamos o tour, ficava mais barato fazer um pacote de quatro tours que contratar só dois e alugar bicicletas.

Bom, e depois do mal da altitude - chamado aqui de mal da puna -, achei que foi melhor contratar mesmo, porque a cada dia é a vez de um não se sentir bem e assim a gente não ía ter pique de pedalar 20 Km com frio e vento intenso.


Saímos em direção à primeira laguna do tour e logo vi que o passeio não tava prá mim. Quando chegamos à última, a Cejar, a confirmação, o guia disse que eram 20 minutos para fotos e depois tomar um Pisco Sour ao pôr do sol. Ora, troquei o Pisco por mais fotos, por supuesto, e acabei atolando meu pé na lama salgada do lago.





O que não gosto nesses tours é bem isso, você não pode ficar o quanto quiser, tem que respeitar a porcaria do horário. Afora que a natureza aqui não nos está favorecendo, muito vento, muita neve, sem nuvem no céu. Ou seja, as famosas fotos de reflexo na água ficam prá próxima. Mas, mesmo assim tá dando prá fazer um álbum legal.

De deserto nao tem nada

O Atacama é um deserto muito diferente. Riquíssimo em paisagens impressionantes. Chamar simplesmente de deserto, do jeito que imaginamos, é um reducionismo porque tem de tudo aqui. Há lagunas, salares, montanhas imensas e até neve.

Ontem fomos ao Salar de Atacama e íamos as Laguna Altiplanicas. Digo íamos, porque a neve nos impediu de seguir o caminho até lá, faltando 25 Km para chegar.

Isso a uns 3500 metros de altitude. Sobre o tour completo falo depois, porque já escrevi tudo, só que nao tenho aqui agora para postar.

O Salar é incrível e eu queria ficar lá mais tempo, mas tour pago é isso, um pouquinho em cada lugar e nao tem conversa. Já no pueblo de Socaire, onde paramos antes de seguir para a laguna, comecei a me sentir mal, a altitude, acho. Fiquei mal até a volta e quando fomos visitar as lojas de San Pedro, depois que voltamos, comprei umas folhas de coca e a dona da tenda me ensinou a usá-las.

Foi o melhor remédio, em minutos estava bem. A folha de coca é um remédio aqui, muito usado para os males da altitude e ao contrário do que pensam os preconceituosos, nao dá barato nao.

Hoje vamos a Laguna Cejar, onde espero finalmente ver uma laguna de perto, hehe.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

San Pedro con harta arena!

Chegamos en San Pedro ontem a noite enos alojamos na Casa del Sol Naciente, um hostal muito rústico, que vi nas indicaçoes dos mochileiros.com.

Gostei do lugar, mas é pra gente sem frescura, porque nao tem luxo, só mesmo uma cama pra dormir, tres banheiros compartilhados com água quente (até que se corte a água e a luz - o que ocorre em toda a cidade, numa espécie de racionamento) e uma cozinha chiquita.

Hoje levantamos as oito horas, desayunamos e saímos a recorrer el pueblo. O objetivo central era pesquisar passeios nas agencias de turismo e aluguel de bicicletas para os lugares mais perto. Pesquisamos e negociamos harto e fechamos um pacote de quatro tours com a Atacama Connect, que saiu por $55.000 chilenos.

Assim saímos as tres da tarde para o Valle de La luna, Valle de La Muerte, Tres cuevas e outras coisas no caminho. Tava ventando muito e ao final estavamos com areia até o pensamento. Minha camera deu uma travada básica devido a areia, mas acho que se recupera, mas devido a isso, hoje nao tem fotos.

Na subida da duna central para ver o por do sol no Valle de La Luna, quase que nao chego. Era tanta areia que nao conseguia deixar os olhos abertos, e andava um pouco parava e cobria o rosto com o casaco. Bom, o casaco de snowboard provou sua força e protegeu bem.

Uma Foca foi comigo, mas nem quis tirá-la do casaco. Fiquei com medo de que voasse. Aqui en San Pedro as coisas sao muito caras. A internet é $800 a hora.

domingo, 19 de julho de 2009

Perros, putas y polvo

Passamos o domingo em Calama, um dia entediante onde a única coisa útil que fizemos foi ir ao cinema ver Harry Potter. Como bem disse alguém que conversou com Mariano, em Calama só tem 3 Ps: Perros, putas y polvo, ou seja, cachorro, puta e pó.

Putas, porque é uma cidade mineira, uma das mais importantes do Chile que tem sua renda principal extraída, literalmente, do cobre. Daí há muito mais homem que mulher, assim, consequentemente, muitos puteiros também. Em nossa caminhada pela cidade vimos uma porçao deles.

A noite pegamos o bus pra San Pedro, onde a coisa tende a melhorar.

sábado, 18 de julho de 2009

Onde o deserto encontra o mar

Acordei no onibus e estatelei o olho. Estávamos já no deserto de Atacama. E lá no finzinho da ruta, o deserto encontra o mar. É onde fica Antofagasta, uma cidade com 400 mil habitantes, com renda baseada na extração de cobre e a água que abastece a cidade é de poço.

No ônibus ganhamos o café da manhã numa caixinha - foto ao lado - igual em avião. São 14 horas de viagem desde La Serena.

Chegamos e depois de duas noites dormindo em onibus, fomos direto ao hostal El Mosaico, tomar banho e comer uma comida quente antes de sair para os passeios. Fomos ao Monumento Natural La Portada. Incrível de bonito, de grande, de magestoso. Sobre o passeio falo no próximo post.

O hostal El Mosaico foi o único de Antofagasta que encontramos pela internet e é mais caro que os que a gente prefere no nosso orçamento, foi 8 mil pesos chilenos a diária con desayuno.
Além disso fica bem longe da rodoviária, só o táxi deu 10 mil pesos (40 reais), a água do chuveiro é aquecida por painéis solares, o que não garante que seja mesmo quente como um viajante gostaria. Em compensação tem cozinha bem equipada e café da manhã.
Mariano, Belén e eu fizemos o almoço - foto ao lado - e conversamos com a dona do hostal que nos deu mapas e explicou onde ficavam os pontos interessantes da cidade.

Para chegar até o centro se pode tomar um ônibus, mas a dona do hostal nos deu uma carona e nos deixou no ponto de onde se pega ônibus até o La Portada. Esse aí da foto onde Uma Foca está olhando o mapa da cidade.
A cidade é bonita, com a avenida principal margeando o mar, no centro tem prédios históricos muito bonitos e abaixo, no subsolo, minas de cobre que fazem de Antofagasta uma das cidades mais ricas do Chile.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

En La Serena

Estou em La Serena em uma Lan House na calle Cienfuegos, por isso nao reparem na falta de pontuaçao nas palavras. Chegamos hoje bem cedinho, as 6 da manha, tomamos café com o bolo que o Eduardo fez ontem e esperamos até as sete e meia para guardar a bagagem no guarda-volume.

Saímos com destino ao centro, porque nao havia serviço de informaçoes funcionando na rodoviaria. A cidade é bem pequena e tres quadras depois encontramos um mapa.

Tirei foto dele e fomos nos guiando pela Plaza de Armas, Centro Histórico, Faro Monumental, onde molhamos o pé na água mega gelada do Pacífico, e depois voltamos até o Mercado Central, esse aí da foto (as moedeiras que tenho na mao dizem: La Serena. A Belén e o Mariano compraram empanadas, e procuramos uma praça prá almoçar.

Depois fomos ao Museu Arqueológico - super legal - e ao Mirador Santa Lucia. Agora vamos comprar comida no supermercado, porque pegamos o ônibus para Antofagasta as 21 horas e devemos chegar amanha lá pelas 11 horas. Assim é melhor nos abastecer para a viagem de 14 horas. Ufa!

O dia foi cansativo porque a gente tá aproveitando muito!!! Tá super frio, nao tirei meu casaco de snowboard todo o dia, mesmo caminhando muito. A cidade nos encantou, é tranquila e cheia de edifícios históricos.

Próxima parada: Antofagasta e para o norte e além!!!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Roteiro de viagem na Bolívia

Depois de deixar San Pedro, sigo para Uyuni na Bolívia com agência. São três dias de tour pelo salar, 25, 26 e 27 de julio. Depois de Uyuni a ordem é a seguinte:

1. Potosí - 27 de julio, martes
Uyuni a Potosí, salida el 27 de julio por la noche de Uyuni a Potosí, de bus (6 a 8h de viaje).
Potosí é uma das maiores cidades da Bolívia e é Patrimônio Histórico da Humanidade.
Paseo: Centro histórico
Comprar passagem para Sucre ou direto a Santa Cruz de la Sierra.

Hostal se for necessário:
Casa de Huéspedes Maria Victoria, C. Chuquisaca 148.
Hotel San Antonio, C. Oruro 136, fone 6223.566.
Hostal Felimar, C. Junin 14, fone 6224.357


2. Sucre - Dia 28 de julio - miércoles
Sucre é vista como a cidade mais bonita do país.
Paseo: Casa de la Libertad, donde se firmó el acta de Independencia de Bolivia el 1825, la catedral Metropolitana construida el siglo XVII que alberga la famosa Virgen de Guadalupe. Museo de Tejidos Indígenas ASUR, recuperando el rico legado de las culturas Jalq'a y Tarabuco. Iglesia-museo de La Recoleta, con una linda vista de la ciudad.

Se for necessário hostal:
Hostal San Francisco, Av. Aniceto Acre, 191, fone 6452.117
Salir por la noche, 28, de Sucre a Santa Cruz (14 horas de viaje)


3. Sucre a Santa Cruz - Dia 29 de julio – jueves
Llegada en Santa Cruz de La Sierra por la mañana del jueves, 29 de julio. Comprar pasage del tren de La Muerte ya.

Noche, 29 de julio, en Santa Cruz:
Hostal Ambar Backpackers
Mercado # 554, entre av. Cañoto e Isoso, Santa Cruz
site

Backpackers Santa Cruz Hostel
Calle Monseñor Salvatierra # 555, Santa Cruz de la Sierra, Bolivia
Tel.: +591 3 3120033
Fax: +591 4 6440889
site

Paseos:
- La Plaza Metropolitana 24 de septiembre: Alrededor de la plaza principal 24 de septiembre se levantan edificaciones de estilo colonial. Allí se encuentra la Casa de la Cultura, la Prefectura Departamental, la Alcaldía Municipal, la Catedral Metropolitana, museos y salones de exposición.
- El Museo Etnofolklórico: Ubicado en el Parque El Arenal, es una colección que contiene valiosas muestras del folclore local.


4. Santa Cruz de la Sierra a Puerto Quijarro (Tren de la muerte - 17 horas de viaje)
Dia 30 de julio – jueves, 16h30
Tren de la muerte: EXPRESO ORIENTAL - Sale en martes, jueves y domingo a las 16h30 - Súper-Pullman - (127 bolivianos - uns 40 reais) llegada: 8h40min de viernes, 31 de julio en Puerto Quijarro. De Puerto Quijarro a Corumbá es muy cerca, se puede tomar un bus o taxi.


5. Corumbá - Campo Grande - 427 km (aprox. 6 horas)
Em Corumbá comprar passagem para Campo Grande. Se tiver um restaurante com um feijãozinho bem brasileiro, almoço bem em Corumbá e compro a passagem prá sair às 13 horas.
Os horários são esses: 06:30 08:00 11:00 13:00 15:00 18:00 23:00 23:30 23:59
Corumbá de ônibus Andorinha até Campo Grande

6. Campo Grande, MS
Chego na rodoviária de Campo Grande às 19 horas do dia 31 de julho.
Andorinha Estação Rodoviária
Rua Joaquim Nabuco, 200 - Amambaí
Campo Grande - MS, 79008900
(0xx) 67 3382-3710

Rota de carro da Rodoviária para Aeroporto, Campo Grande - MS
8,1 km – aprox. 18 minutos

7. De Campo Grande a Floripa: Voo 1219 até São Paulo (Congonhas), sai de Campo Grande às 3h50min do dia 1 de agosto. Conexão em São Paulo, Voo 1284 até Floripa. Chego às 8h10min do sábado, 1 de agosto.

Roteiro de viagem rumo ao norte do Chile e Bolívia

SALIDA: 16 DE JULIO, jueves 23h20min

1. Santiago - La Serena - 444 Km (8h30 de viaje) - Tur Bus
Sai de Santiago 23h20min, chega na manhã de 17 de julio em La Serena
Um dia em La Serena
El centro urbano de La Serena cuenta con interesantes atractivos de índole cultural, arquitectónico, artístico y de esparcimiento. Un city tour por la ciudad transporta a sus visitantes a través del tiempo al visitar su Plaza de Armas, iglesia catedral, museos, iglesias, parques y su Faro Monumental – ícono indiscutido de La Serena.
Sai de La Serena a noite, 17 de julio, chega de manha em Antofagasta, 18 de julio


2. La Serena - Antofagasta - 830 Km (15 horas) Pulmman Bus
Chega na manhã de 18 de julio em Antofagasta
Hostal Casa El Mosaico
Padre Hurtado C-18, Antofagasta
Paseos: Ruinas Huanchaca, Oficinas Salitreras e Monumento Natural La Portada

Noche 18 a 19 de julio - albergue Casa El Mosaico
19 de julio - 9h bus para Calama

3. Antofagasta - Calama - 213 Km (4 horas) - 19 de julio - domingo
Um dia em Calama
Paseos: Minas de cobre y ciudad
A las 18h 30min - Bus para San Pedro -

4. Calama - San Pedro de Atacama - 95,3 km (1 hora 45 minutos)
Llega día 19 a las 20:30h
Hostal Casa del Sol Naciente nos busca en el rodoviario
Noches: 19, 20, 21, 22, 23,
Belén y Mariano vuelven a Santiago el viernes, 24 por la noche para Santiago
Yo: Noche, 24 en San Pedro,
25/ 7, sábado - Agencia de Viaje para Uyuni, Bolívia, tres dias, 25, 26 e 27 de julio, de tour por el Salar de Uyuni.



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PS: Não vou ter acesso sempre à internet, então pode ser que o blog fique sem atualizações.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Hora de fazer as malas...

É triste, mas necessário. A gente vive, sonha, chora e ri, uma hora tem de voltar prá casa. Não que seja ruim, pois não há nada como nossa casa.

Mas, são momentos que vou guardar com muito carinho, com pessoas muito especiais que conheci aqui no Chile. E fazer as malas é guardar cada pedacinho desses momentos.

Até a hora de ir embora. Mas não digo adeus, só um Hasta Luego! Porque nos vemos, seguro!

Valparaíso e Viña del Mar

Antes de partir para o norte, não podíamos deixar de visitar Valparaíso e Viña del Mar, cidades que ficam a uma hora e meia de ônibus de Santiago. Viña é cidade de praia, ponto certo para veraneio, e Valpo é porto, uma grudadinha na outra. Fomos em sete: Belén, Mariano (namorado da Belén que chegou anteontem), Nath, Camila, Aitziber, Pauline e eu.

Percorremos as duas cidades a pé. Em Viña fomos ao Castillo Wollf, Reloj de Flores e vimos a praia Caleta Abarca, mas não rolou de molhar o pé porque tava frio e ninguém queria passar o dia com o pé molhado.

Em Valparaíso, enquanto as meninas almoçavam num restaurante de frutos do mar, Belén, Mariano e eu almoçamos na rua mesmo, com sanduíches que fizemos em casa, assim pudemos curtir o porto e um museu subterrâneo, onde se pode ver os primeiros molhes do porto, na Plaza Los Heroes.

Também deu prá pegar uma homenagem da Marinha Chilena a um marinheiro brasileiro, com direito a bandeira hasteada com hino nacional.

Também subimos o encensor Artilleria, um dos onze que tem na cidade, que sobre um morro do qual se tem uma ótima vista e o museu naval lá no alto. Depois de pegar um microbus e percorrer as ruazinhas íngremes e tortuosas de Valpo, encerramos o passeio na Casa La Sebastiana, uma das três casas de Pablo Neruda no Chile.

As casas do Neruda foram contruídas em formato de barco, com decks e decoração feita com partes de navios mesmo. A Belén gosta muito de coisas do mar, porque seu pai é marinheiro e ela convive com navios e histórias de mar desde criança.

Eu aprendi a gostar do mar em Imbituba, depois de grande mesmo, e gostei das casas, apesar de parecer tudo muito montado e artificial. Desde que visitou o La Chascona, a casa do Neruda aqui de Santiago, Belén duvida que ele tenha mesmo sido comunista.




terça-feira, 14 de julho de 2009

Última Piojera

Nesse clima de despedida, resolvemos ir todos a La Piojera, esse bar tão querido de nossos corações. E dessa vez era prá se despedir mesmo, quem tomava um terremoto tinha que tomar dois, quem tomava dois, era prá ser três, para que todos ficassem muito felizes e borrachos, afinal, para esquecer a tristeza de ter que ir embora - e eu, particularmente, esquecer a dor de perder minha cachorra Nininha, sem nem poder estar lá prá me despedir.

Ontem também começamos a tarefa de assinar bandeiras. Cada um comprou uma bandeira do Chile para que todos deixassem seus recados de lembrança. Agora a cada dia o El Punto vai ficando um pouco mais calado até que se vayan todos nós, que convivemos aqui um semestre inteiro passando por tudo o que pode passar um intercambista.

Lembranças marcantes:

- O Jaime gritando "jovenes!" toda vez que a gente varava a noite fazendo festa ou conversando alto, ou quando a cozinha ficava tão suja que não se encontrava um único talher limpo.

- A cozinha cheia nos fins de semana, a ponto de eu ter de almoçar cereal com iogurte por falta de panelas. Isso no início me incomodava, mas ao final eu ía fazer parte da bagunça, porque tudo virava diversão.

- A Aitziber borracha ensinando uma musiquinha vasca:
Oso ondo egiten duzulako
Mugitu besoak olatuak bezala
Xuabe-xuabe xu-xu-xuabe
Eh! Aitziber! Hasi datzatzen!

- O Michel e seu conhecimento inesgotável de músicas chilenas, reggaetons e afins. Inclusive foi o primeiro a decorar a musiquinha vasca.

- O Michel em um dos dois computadores que tem no El Punto no caminho da cozinha.

- A Nath fazendo o ' Carandiru', com a comida do Casino.

- O Adonai assistindo Two and a Half Man em seu computador deitado no sofá da sala.

- O Ariel varando a noite fazendo maquetes.

- A Carla estudando sem parar.

- A Belén espirrando baixinho (é o espirro mais discreto do mundo, segundo o Michel).

- A Carmen imitando o Jaime: Jóvenes!

- O João imitando a Pauline. Impagável!

- O João sacaneando todo mundo no joguinho Crazy Táxi do Facebook.

- O Eduardo viciado em Facebook.

- O Eduardo reclamando que não podia dormir porque seu companheiro de habitación roncava muito.

- O Jon fazendo pose prá foto.

- A Camila correndo comigo dos carabineros (altas emoções!).

- A Nathália convocando todos a pagarem flexões ao final da festa de despedida (e todos corresponderam, ou melhor, a maioria caiu no chão e ficou).

- Nath e eu dançando frevo no meio da noite na Plaza Brasil.

- A Belén me chamando: Xuu!

- A história do vulcão de Pucón quando Michel 'botou o Pelé prá fazer snowboard'.

- Belén aprendendo a cantar "Beber, cair e levantar"

- Arthur e o Tómate cuidado!

- A história de Arthur tomando sopa com o óculos da dona do hostel e usando a dentadura dela em Chillán.

- As legendas sempre muito engraçadas das fotos da Camila no Orkut.

- Arthur dizendo fii!!

- Jon dizendo "brigadeiro", quando queria dizer "brincadeira".

- A Lucia "mamacita".

- O Guillermo e a Mírian sempre companheiros de todos.

- O Joaquín puxando a musiquinha: Alcohol, alcohol, alcohol… Hemos venido a emborracharnos, el resultado nos da igual...

- Maria e seu pijama.

- A Vanessa e seu potinho de comida chegando na cerimônia de recepção aos intercambistas da Usach.

- Carla e suas inseparáveis galletas.

- Bernard e sua garrafa de vinho.

- Marília e sua velinha de aniversário que nunca se apagava.

- Cristóbal e sua música ensurdecedora.

- Elizabeth e seu "en sério?".

- Adonai cozinhando suas comidas super bem produzidas.

- Cristóbal, Nath e eu dançando borrachos na cozinha.

- Leila e sua risada calorosa.

- O Aitor borracho jogando uma xícara no chão.

- Os olhos brilhantes da Mírian.

- A gente errando a entrada do jogo do Cruzeiro contra a U. de Chile e quase indo parar no meio dos torcedores nada amistosos da U.

- Pauline e seu casaco de llama.

- Joaquín e seu casaco de llama.

- A Mírian dizendo "hóstia!".

- O Arthur e o amigo da Camila me chamando de "Ru!". (de Ruliana, o som do J em espanhol é rr)

- Belén, Adonai e eu levando a Raquel pro hospital.

- Nath levando a Carlinha pro hospital.

- João levando Dodô de táxi pro hospital.

- Todos aprendendo a dançar salsa.

- A foto de todos levando a Carla prá ambulância.

- As disputas intermináveis de Ping Pong.

- A comida do Casino na segunda-feira.

- A Vanessa me dando suas uvas no almoço de segunda-feira no Casino.

- A nossa felicidade quando a comida do Casino era pizza.

- O Adonai chegando no Casino com um cachorro-quente.

- A gravação do filme do Ismael na sala.

- João tocando a campainha do 407, quando queria tocar a 406, mil e uma vezes.

- As torradinhas feitas com o pão do Casino.

- O Jaime paranóico com a gripe porcina.

- As famílias de todos paranóicas com a gripe porcina.

- O Roncola do aquecimento antes das baladas.

- O cereal com leite de depois da balada.

- A batata-frita do Santa Isabel.

- As comidas comunitárias que provocavam a maior confusão na cozinha.

- As noites de insônia e estudos na sala.

- A sopaipilla que se vende na rua.

- O mani cofitado da Estación Quinta Normal.

- Os colegas Hare Krishna que me ensinavam gírias chilenas.

- A saia de frevo na altura do joelho e a Belén me ajudando a encurtá-la.

- A novela Caminho das Índias que reunia as brasileiras na sala, para desespero dos rapazes.

E tem mais tanta coisa que encheria o blog todo. Vou me lembrar prá sempre de cada momento, feliz, triste, normal, muito louco e extremamente pirado de tudo o que passamos aqui no Chile.