quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Pára tudo que eu quero descer

Se você quer ir a algum país do Mercosul, basta ter sua carteira de identidade em mãos ao cruzar a aduana. Simples assim. Entretanto se você vai para trabalhar ou estudar, os trâmites são outros, pois você precisa de um visto de permanência para aquela atividade.

No meu caso, o visto é de estudante para o Chile. Dentre a papelada que necessita, estão exames de sangue, de HIV e declarações de manutenção e residência. Quer dizer que um soropositivo não pode tirar visto? Pelo jeito não. Porque os exames não foram pedidos para a obtenção do seguro (obrigatório), mas para o visto, um mero parecer bur(r)ocrático que te habilita ou não a entrar naquele país.

Uma forma de preconceito, segregação, confinamento? A mim lembra as estrelas amarelas que os judeus tinham de portar em suas roupas durante a II Guerra Mundial. É como se esperassem que um soropositivo portasse na testa um exame médico condenando seus passos e suas ações.

O médico que me passou o atestado de 'nada consta', brincou dizendo: "Já que eles querem que você vá em perfeitas condições, eu exijo que te devolvam da mesma forma. Quem me garante que lá você não vai ficar doente? "

O médico não só tem razão, como não foi o único a expressar uma opinião contrária a esse tipo de exame. Não sei se pela chamada 'reciprocidade diplomática', o Brasil exige tal exame discriminatório. Mas, entende, é desse tipo de coisa que estou falando: Existe uma regra ditada por um burocrata trancado em seu escritório. Essa regra deve ser seguida por todos seus subordinados que apenas 'cumprem seu dever', não questionam, não tem culpa, nem desculpa.

E é justamente onde ninguém questiona, onde todos aceitam bovinamente as regras que a vida passa e as pessoas emburrecem e se tornam apenas mais um enquanto deveriam ser um a mais.
E isso serve não só para as exigências absurdas dos consulados, mas para a tarifa de ônibus que, apesar do petróleo despencando, só aumenta, para os impostos praticados sobre remédios e alimentação, para a falta de estrutura para atender a população nos hospitais públicos e para a privatização dos poucos que ainda restam públicos, questionar serve para aquilo que te incomoda, enraivece, entristece.

Isso serve enfim para que não fiquemos comodamente à margem das decisões, mas para que as enfrentemos quando não nos agrada. Pois isso é democracia, é difícil sim, mas quem disse que viver é fácil?

Um comentário:

Rafa disse...

Olá !

Parabéns pelo post, tira muitas dúvidas.Vale a pena antes de viajar usar o http://www.realintercambio.com/seguros pois o site compara os planos disponível para o destino e datas da viagem e apresenta valores e coberturas de forma fácil de comparar.
Abraço