quinta-feira, 25 de março de 2010

Quem conta um conto...

Estava buscando meu nome no Google prá ver o que aparecia - sim, tenho esse hábito e às vezes me assusto com a quantidade de coisa que aparece - e encontrei o livro de contos feitos na disciplina de redação VII, no semestre passado. Os contos eram apenas uma das atividades propostas pela professora Tatiana Teixeira e foram compilados pela monitora Giovana Suzin neste livrinho: Entre Mentes.

Deu pra viajar legal fugindo do lead e fazendo um conto pra variar. É esse aí:

Antes de despertar já ouvia a música tocando. Sem entender porque diabos a corneta dos bombeiros tocava tão perto e ainda de olhos fechados, tateou em busca de seu relógio em forma de dado que devia estar ao lado de sua cama. Não encontrou. No último fiozinho de confusão que fica entre o dormir e o despertar, sentiu-se engraçado.

Sua mão não parecia tão habilidosa como deveria ser para um humanóide. Lembrou-se de ter ouvido a corneta tocar outra vez quando... E despertou de supetão com o pensamento vivo de que tinha se tornado algo. Uma xícara. Estava tornado numa xícara. Não uma xícara qualquer, mas uma xícara de café fumegante.

O calor saía de seu interior e evaporava-se em fumarolas brancas, exalando um cheiro bom. Seu cheiro. Cheirava bem, pelo menos. Agora, totalmente desperto lembrava-se da última vez que despertou tornado em algo. Era uma calculadora de quatro botões. Não gostava de ser calculadora e sonhava com o dia em que ainda despertaria tornado em barco.

E navegaria sem rumo para um dia, quem sabe, tornar-se mar.

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