sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Outra vez...

Não sei se um dia vou me acostumar com a morte. Não sei se alguém consegue isso. Eu costumava cuidar de meus seis filhotes com alegria e dedicação. Orelhas, patas, unhas, dentes, olhos, pêlo, banho, comida, água, remédios, vitaminas, e carinho, muito carinho.

Conhecia cada um com sua personalidade - sim, cães tem personalidade -, sua teimosia, hiperatividade, brincadeiras, mau humor - sim, eles também ficam mau humorados -, brigas e cenas impagáveis que vivi com eles.

Se eu tentar explicar como eles transformaram a minha vida, tudo o que aprendi, a forma como esse bichinhos me tornaram mais humana, me deram um objetivo, um sentido para sair daquela posição egoísta que a gente assume quando é adolescente, eu poderia falar um monte, mas não daria prá fazer alguém entender o que eles significam prá mim.

Hoje eu trago um buraco no coração. Da minha família canina, metade já se foi, cedo demais prá mim. Uma lição de finitude que dói muito aprender.


"Não, não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões,
a única conclusão é morrer"

(Fernando Pessoa)

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