domingo, 18 de abril de 2010

Beleza padrão

O que torna uma pessoa bonita? Difícil de responder quando se leva em consideração que a beleza é uma determinação sociocultural. Por exemplo para as mulheres da etnia Karen da Thailândia, usar argolas de cobre no pescoço e nos joelhos é sinal de beleza.

Quanto mais argolas mais bonita. Mesmo que deforme a clavícula e o pescoço. Elas não são obrigadas a fazer isso. Mas fazem porque querem ficar bonitas.

Achou cruel e desnecessário? Em outras etnias é comum as mulheres deixarem de comer, usarem chapas quentes na cabeça, sapatos com formas estranhas que causam deformações nos pés e fazem cortes profundos no corpo para implantar enfeites.

Isso também é cruel não é? É e a gente vê isso todo dia no padrão de beleza que aceitamos como normal na nossa sociedade. Mesmo assim tem gosto prá tudo. Preferem magreza, curvas, músculos, cabelo loiro, preto ou ruivo, olhos claros ou escuros, puxados ou redondos, altos e baixos.

E se você notar, pela mídia, o nosso referencial de beleza é de pessoas jovens, de pele lisa. Todas as implicações biológicas, históricas e antropológicas a respeito justificam os padrões de beleza.

Mas não é estranho que muitas vezes a beleza esteja associada a sofrimento? Tudo para a pessoa aparecer bela e feliz, sem o menor indício de que sofreu para ficar bonita. Bela, para os padrões sociais e feliz, por ser aceita socialmente como bela.

Há aqueles que se ajustam aos padrões de beleza de sua "tribo" e se mantêm firmes neles para serem aceitos, por mais que sejam dolorosos, tatuagens, piercings, calças apertadas, saltos altos, músculos definidos e magreza extrema.

O belo também é associado ao bom. Na arte sacra se pode notar claramente. Os bons são bonitos, os maus feios. E até as expressões que usamos remetem a isso: "Belo como um anjo", "feio igual o demônio". Tem até aqueles que associam tanto o feio ao mal, que tatoos e piercings de figuras míticas são vistos como marcas do demo.

Os padrões de beleza passam por fases históricas. No período renascentista (1300 e 1650), os gordinhos eram os mais belos. Hoje a magreza domina, apesar de várias manifestações contra. O corpo perfeito, a pele perfeita, o cabelo perfeito, principalmente nas capas de revistas e o Photoshop, é claro.

(PS: Nossa, tem muita coisa prá falar sobre beleza. Vou concluindo, mesmo com essa porção de pensamentos abertos e num próximo post continuo... )

A beleza é capaz de influenciar opiniões. Em qualquer relação social. E ainda assim a beleza também pode ser ignorada quando existe uma empatia que ultrapassa a lógica social. É aí que os feios tem vez.

Nenhum comentário: