terça-feira, 13 de abril de 2010

Um dia, outro dia, o dia seguinte

Às vezes entro numa pira filosófica sem fim. Tipo, como alguém pode se acostumar a viver num lugar só, depois de morar em vários lugares? Se quem ama de verdade ama para sempre será que tem sempre lugar no coração? Tenho medo de ter medo ou tenho medo de várias coisas e na verdade não é medo de nada?

Há alguns dias conversei com um filósofo que estava perdido lá no Departamento de Jornalismo da UFSC e no meio da conversa entrou Pablo Neruda. Na conversa, não na sala. Citei um trecho do meu poema favorito, Pido Silencio e contei as sensações que tive ao estar nas casas de Santiago e de Valparaíso.

O filósofo me disse que após ler o biografia de Neruda, Confieso que he vivido, disse à esposa que não poderia mais viver com ela depois daquele livro. Porque queria chegar num ponto da vida em que pudesse confessar que havia vivido. Essa afirmação me ficou martelando a cabeça.

Primeiro achei que ele era doido. Depois que era estrito. Imediatamente após isso ouvi a voz de meu professor de ética, ecoando do passado: Cada pessoa tem seu ethos. E por isso, veja bem, se entende que cada um é cada um e cada qual é cada qual. Por esse motivo não me cabe julgar.

Algumas pessoas têm uma relação tão passional com os livros que realmente parecem estritas. Estrito no sentido de somente levar em conta o que foi escrito naquele livro ao invés de ponderar e comparar com seus próprios sentimentos e experiências. Não me entendam mal, amo livros e ultimamente ando acompanhada de Thoureau o tempo todo.

Mas o pensamento é sempre pessoal e sendo assim, um representante do seu próprio ethos. Sendo assim, há louco pra tudo, até mesmo pra escrever um post desses a uma hora dessas, simplesmente porque estou com insônia.

Nenhum comentário: