domingo, 3 de outubro de 2010

O mistério do dístico

Fui votar. Eu e minha bandeira do Brasil, que me acompanha não apenas na copa do mundo. Na porta da sessão, cartazes oficiais do TRE esclarecendo trechos da lei eleitoral. Entre elas a seguinte frase: “a manifestação individual e silenciosa da preferência do eleitor por partido político, coligação ou candidato, revelada exclusivamente pelo uso de bandeiras, broches, dísticos e adesivos”.

Dístico? O que vem a ser isso? Perguntei a uma das fiscais. Ela não sabia. Se ela não sabia, como ía fiscalizar? Não apenas ela, outros fiscais também não souberam, nem os mesários, ninguém.Um mistério. Cheguei em casa, dicionário na mão, nosso amigo Google e enfim, uma satisfação:


1. Frase, sentença ou conceito expresso em dois versos.
2. Letreiro, rótulo, divisa.

Enfim, dístico não é uma palavra usada com frequência. Então porque não colocaram um sinônimo na hora de definir o texto dos cartazes? Afinal, precisa colocar exatamente da forma que está a lei, que é feita por juristas e legisladores com mania de grandeza proverbial? Como povo, me irritei com o dístico e a falha comunicativa do cartaz.

Um comentário:

Narjara disse...

Comentávamos outro dia sobre o fosso entre a erudição de quem elabora as leis e as de quem as manipula. Talvez podemos encontrar aí uma explicação de por que não aplicamos as maravilhosas leis que elaboram esses eruditos...
Não entendemos!

Anarquismo inconsciente do povo brasileiro.