sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Um circo, um círculo, um ovo

Essa é uma definição do que é a vida. Porque as coisas se repetem o tempo todo. E então, na segunda vez parece um teste: Dessa vez você está preparado? Meu círculo de amizades nunca foi muito profundo nas escolas que frequentei. Talvez porque foram muitas, talvez porque o nivelamento por idade nunca me apresentava pessoas interessantes de se manter amizade, talvez por outro motivo.

Me lembro de uma reunião de classe na oitava série, na qual estavam presentes a vice-diretora e a psicóloga porque a turma tinha problemas de comportamento. E eu, sempre sincera - ao extremo da inocência -, disse que faltava maturidade à turma. Além do Bullying, meu apelido nas rodinhas dos colegas mais "bem relacionados" até eu deixar aquele colégio foi: "Maturidade".

Ok, não gosto de crianças. Acho que nunca gostei, nem quando eu era criança. E não é a idade que não gosto, é a infantilidade. Hoje, terminando a faculdade, mais uma vez a situação se repete. Hoje, tenho outras filosofias a respeito e acho que além da infantilidade dos envolvidos estão outras coisas como amarras sociais, medo da sinceridade - ou apego à hipocrisia -, acusar nos outros os próprios defeitos e uma intolerância esquisita.

Esquisita porque ela só aparece em mensagens escritas, e-mails. Se a pessoa fala contigo olhando no teu olho, ela é sempre mais polida, diplomática ou falsa - quando vira as costas e revela toda a verdade que não tem coragem de dizer. Acho que o email virou isso: a bengala dos medrosos, a arma dos sem noção, a forma de comunicar seus medos jogando na cara, acusando nos outros, sem elegância nenhuma, aquilo que você mais teme em si mesmo, mas não tem coragem de encarar.

Atuem em seus circos, cumpram seus círculos, vivam num ovo. Porque nada prevalece mais que a mediocridade humana.

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