sábado, 30 de maio de 2009

Bueno, bebendo que se aprende!

La Piojera é sinônimo de início de noite. Terremotos, Maremotos e muito papo. Ontem pude praticar um estilo de entrevista jornalística dentro do que se denomina 'Jornalismo Gonzo'. A prática consiste em entrevistador e entrevistado completamente bêbados, falando de assuntos variados. Esse estilo é bom principalmente para traçar perfis mas, como era só um experimento nada profissional, resolvi 'entrevistar' os bascos sobre como era ser basco.

O País Basco - Euskadi - é um tema muito interessante, porque é uma nação que existe, tem cultura e linguagem própria - euskera -, território definido, reconhecimento público, mas nenhum reconhecimento oficial. Aqui tem um mapa e mais informações a respeito.

Entre todos os que foram aqui do El Punto, umas 18 pessoas, havia três bascos, Aitziber, Jon e Aitor. Conversei mais com Aitziber e Jon que estavam mais próximos no La Piojera. Bom, no decorrer da conversa, senti necessidade de ter um gravador, por medo de esquecer da conversa depois que bebesse um pouco mais. Mas como era só uma conversa informal, a título de experiência jornalística nada profissional, anotei isso mentalmente para a próxima.

Do que me lembro que perguntei (hic) e as respostas
Perguntei a Jon qual era a diferença entre um basco e um espanhol. Ele disse que ele é um tipo de basco bem comum, que todos os bascos típicos são parecidos com ele (caucasiano de baixa estatura, olhos claros, cabelo escuro). É fácil reconhecer um basco assim e só os que são `misturados' - como Aitor, que é alto e vive no litoral - são diferentes). Jon vive em Bilbao, que é como a capital do País Basco.

Ele apontou prá Arthur e disse que ele tem cara de brasileiro, dá prá ver de cara. Eu disse que não sabia se tinha cara de brasileira típica, porque sou misturada, meio índia, meio italiana. Na verdade não sei como seria a cara de uma brasileira típica, mas Belén me disse que achava que Carla e Vanessa tinham mais cara de brasileira que eu. Aí Jon apontou prá mexicanas que estavam em cinco e perguntou qual delas tinha cara de mexicana.

Eu, Belén e Bernard concordamos que era a de cinza. Aí percebi como é difícil estabelecer um padrão. Qual é a cara de um brasileiro? Não sei.

A seguir perguntei que costumes eram mais diferentes entre bascos e espanhóis. Jon disse que o idioma euskera se aprende como primeira língua. Que só depois dos seis anos aprendeu espanhol porque era curioso. Ele frequentava uma escola em que os professores davam tapas nos alunos que falassem espanhol e ele vivia apanhando. Aitziber aprendeu espanhol de ver TV e escutar música quando era criança. Aitor disse algo sobre isso, mas eu não me lembro. A essa altura já estava tendo lapsos de memória e isso que não bebi todo o meu Maremoto!

Belén percebeu que mesmo entre os bascos há sotaques diferentes. Que o de Aitziber é mais 'seco', como o que se fala no interior da Argentina, e o de Jon é mais solto. Pelo que entendi, Aitziber é mais radical em sua postura basca e isso se reflete em seu modo de falar.

Outra coisa que é bem diferente são os esportes. Nesse ponto, achei que estavam tirando onda comigo, porque falaram que os esportes bascos são jogados com pedras (!?) e que os atletas são bem musculosos por isso. Que há levantamento de pedra, e um jogo, que não entendi muito bem como se joga, que é com pedras também.

Mas, daí fui pesquisar na internet e realmente eles fazem levantamento de pedra e jogos que tem relação com o trabalho no campo. Encontrei o site da Revista Ibérica que tem fotos antigas dos jogos. Para primeira prática, acho que me fui bem : - ))) Na próxima entrevista eu vou lembrar de tudo. Seguro!

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