sexta-feira, 8 de maio de 2009

Cruzeeeeeiro, Brasil, Brasil!!!

Para chegar ao Estádio Nacional pegamos o metrô e descemos na Estação Ñuble. Estávamos em sete: Eu, Camila, Marília, Arthur, João, Jon, o basco, e Juan Carlos, chileno, o único que ía torcer prá Universidad de Chile. No caminho foi entrando gente e mais gente com uniforme da U. e o Juan Carlos foi contando do fanatismo dos torcedores da violência nos clássicos, e a gente foi ficando cabreiro, mesmo estando todo mundo camuflado com casacos escondendo as camisetas de torcida. Por via das dúvidas a gente evitava falar português perto dos torcedores.

Logo que a gente desceu na estação, um carabinero já parou o Juan Carlos prá revistar e a gente esperou do lado de fora. Na medida que avançávamos até o estádio, seguindo a turba, dava prá ver o aparato bélico que os carabineros prepararam para o jogo. Foi dando uma apreensão. Já no estádio, fomos instruídos a ir até o portão 12 e já tínhamos entrado quando a Camila, que estava na entrada, chamou a gente de volta. Estávamos no portão errado.

Os carinhas que tinham de conferir o bilhete não perceberam que o nosso portão era outro e a gente ía entrando no meio da torcida da U.! Fiquei possessa e comecei a xingar em português mesmo. Esses f..d...p... querem ferrar a gente! PQP, c*lho!!!

Então um dos organizadores pegou nossos comprovantes de bilhete que já haviam sido destacados e levou a gente até o portão certo. Entramos na faixa de estádio mais deserta de todos os tempos. Encontramos vários mineirins por lá, alguns a passeio ou a trabalho no Chile e uns representantes da Máfia Azul. Sacamos os casacos fora para torcer, ali era o pedaço mais seguro de todo o campo. Um pouco depois chega o Michel, que com um jeitinho brasileiro conseguiu entrar sem pagar.

Estávamos cercados de seguranças, vigilantes e carabineros. Tinha mais deles por ali que torcida do Cruzeiro. Já a torcida da U. mostrava seu poder. Cantando e agitando seus balões foram animando o estádio. A nossa torcida não tinha nem um tamborzinho, hehe.

Começa o jogo e já aos oito minutos o primeiro gol do Cruzeiro, feito por Soares. A nossa chiquita torcida vem abaixo. Aumenta o número de carabineros na nossa arquibancada. O jogo vai rolando e a gente vai torcendo no ritmo da torcida chilena. Faz um frio congelante e a gente põe os casacos de volta. Os fotógrafos e cinegrafistas da imprensa registram nossa torcidinha pequena, mas animada.

No segundo tempo o Cruzeiro faz mais um gol, do Marquinhos Paraná. Um dos representantes da Máfia Azul escala a grade para comemorar. Rola um estranhamento de leve com os carabineros, nada demais. A torcida da U. acorda e tenta animar o time. Mais gente da segurança aparece, estamos cercados de torcedores nada amigáveis com seu time perdendo.

Falta 10 minutos para acabar a partida e o pessoal pensa em ir embora para evitar problemas. A U. faz um gol, de Manuel Villalobos, e a torcida comemora, os mais próximos fazem sinais prá nossa torcidinha. Depois de algumas considerações, a gente decide ir. Um chileno fala alguma coisa que ninguém entende e um carabinero faz sinal prá ele se calar e prá gente ir embora. Ficamos mais um pouco e saímos apreensivos, casacos fechados para impedir identificação.

Do lado de fora ainda dá tempo de ouvir a torcida revoltada com o segundo cartão amarelo para Rafael Olarra, que deu um chute no rosto de Ramires e foi expulso (soube depois).


Em português:
Cruzeiro mostra força e faz 2 a 1 na Universidad de Chile
Em castellano:
Cruzeiro pisa fuerte en Chile (1-2)

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