quarta-feira, 13 de maio de 2009

Agora sou eu! Chutando o balde

Seguido me lembro da professora de Teoria e Metodologia de História da UFSC, Joana Maria Pedro, uma das melhores que já tive a honra de assistir a aula, que dizia mais ou menos isso: "Não somos o mesmo o tempo todo. As vezes as pessoas te falam alguma coisa e você (ri e faz gracejo). Você sabe que não é assim. Mas suas reações não são sempre iguais, planejadas maquinalmente. "

Quando estamos num país estrangeiro nem sempre falamos tudo o que pensamos e por isso as pessoas acham que a gente é de um jeito que a gente sabe que não é. Geralmente mais simpático, mais alegre, mais enturmado ou mais tímido. Hoje chutei o balde e me senti finalmente eu na faculdade. Porque eu sou de observar muito, principalmente num ambiente hostil. Não quero dizer com hostil, algo ameaçador, só diferente mesmo, desconhecido.

E quem disser que o espanhol - ou castellano, como mais dizem aqui - não é barreira, está estupidamente enganado. Porque muitas vezes deixo de me expressar do jeito que quero por não encontrar palavras em castellano. Da mesma forma tem muita coisa que entendo pela metade ou nem entendo e fico exatamente como a professora encenou na sua explicação (ri e faz gracejo).

Bom voltando ao ambiente 'hostil' e eu, até hoje fiquei só observando. Porque gosto de observar as coisas como elas são antes de interferir em algo, acho que assim aprendo melhor sobre as pessoas e as coisas. Mas, o fato é que não sou de ficar calada olhando o tempo todo, sou de ação, de liderar, de fazer e acontecer e hoje chutei o balde. As vítimas foram meus colegas de Produción para Televisión, que como toda disciplina de TV, toma muito tempo, empenho e trabalho de toda a equipe.

Estava perdendo muita reunião, simplesmente porque eles decidem se reunir de última hora, mandam um e-mail (que no início eu nem recebia), aparecem os que conseguem ver a tempo e depois ficam se queixando ao professor que tem gente que não faz nada. E hoje recebi um e-mail cujo trecho vou transcrever agora: "...por lo tanto mi eng, estará en franca desventaja, dado que Juliana, la otra miembro de nuestra ENG, ayer ni siquiera apareció en la reunión."

Não sei se entendi errado mas, ni siquiera ou nem sequer, em português se usa para enfatizar algo negativamente. Daí fiquei puta, lógico. Respondi perguntando se precisava de um médium para saber horário e local das reuniões e que se precisava matar aula para fazer as matérias para o programa era sinal que algo se passava de errado com a disciplina ou eles que estavam desorganizados.

Na verdade eu acho que eles estão bem organizados, mas como aqui os professores tratam os alunos como se fossem crianças, acho que eles estão se sobrecarregando simplesmente porque não conversam com os professores. Ao contrário do que acontece na UFSC, que o professor é parte da equipe, aqui ele é um mero avaliador, que circula pela turma com a prancheta para tirar nota da equipe por algum detalhe ridículo como o cenário que ele achou minimalista ou o cabo do micofone que foi enrolado diferente.

Bom, falei isso tudo que está aí em cima e mais um pouco na reunião de hoje e me senti aliviada. Creio que agora posso fazer o que faço de melhor na faculdade: Jornalismo. Disse a eles que sou crítica sim e que também na minha facul, chuto o balde, volta e meia. E que só faço isso com equipes que acho que vale a pena, como a deles, e que as críticas são construtivas e devem ser tomadas como tal.

Acho que a próxima coisa que vai ver um balde voando é a questão do meio ambiente aqui. Mas, sei lá, prá isso acho que eles não estão preparados.

3 comentários:

Marco disse...

bom, só fiquei com uma dúvida: será que os hermanos sabem o que quer dizer "chutar o balde"? hehe

beijoo...

te amo mesmo assim ;)

:*

JKishin disse...

Como assim???? ;-))

Anônimo disse...

É isso ai mesmo juuuuu
hoje mesmo chutei o balde com um professora de Tradução no Espanhol...
en otra hora oportunidad te cuento lo que pasó.

Bueno, em relação ao meio ambiente no Chile alguns comentários: eles investem muito na conservação dos parques (que alias sao super organizados e me lembraram os da America do Norte, onde se acampa e tal)... mas milhares de pessoas fumam nos mais variados ambientes e atiram lixo como se as ruas fossem "basureros" ambulantes, capazes de desmanchar o lixo em segundos... isso me indignava principalmente perto do El Punto. Isso sem falar na quantidade de cachorros abandonados nas ruas... Ai dios!!!
E meu ex-professor de Geografía y Medio Ambiente da PUC-Santiago que teimou que a Amazônia era o pulmão do Mundo... ninguém merece!!

desabafos a parte.. espero que estejas bem!
beso weona!! ajajjaj
Ju cabrona