quinta-feira, 23 de julho de 2009

Geiseres del Tatio

Nos levantamos as 3h30 da manhã para esperar o micro da agência para ir até os Geiseres del Tatio. Não tinha água e a cozinha estava trancada. Tivemos que escovar os dentes com água mineral na canequinha. Mais tarde já no bus, soubemos que isso se passou com todos, porque a água em San Pedro é cortada às 10h da noite.

Tava muito, mas muito frio, e mesmo com a calefação do ônibus ligada a gente sentia os pés congelados. Para minorar os efeitos da altitude, o guia nos recomendou dormir até chegar ao Geiser. Não consegui sono e no início da subida já comecei a sentir o mal da puna. Nem pensei duas vezes, peguei as oito folhinhas de coca e botei no fundo da bochecha, revirando de vez em quando para extrair o sumo.


Assim, quando chegamos ao geiser do vulcão Tatio, a 4300 metros de altura (San Pedro está a 2300m), estava bem. Ao amanhecer que percebi que o suor das janelas do ônibus estava congelado e isso com a calefação ligada! Chegamos com o sol já de pé, porque o ônibus era muito grande para a estrada que estava toda ondulada e além disso, teve problema com os amortecedores.

Pelo menos o guia compensava com bom humor e explicou tudo sobre as fumarolas, a formação dos Geiseres, teorias a respeito, acidentes que aconteceram ali, as cordilheiras que cercam o campo geotérmico, animais que vivem por ali. Mesmo assim, tivemos só 20 minutos para nos banhar na piscina de água quente ou recorrer as fumarolas maiores.
Eu queria fazer os dois, mas não dava tempo. Me chamou atenção que pelo frio intenso, a água que sai fervendo das crateras, congela poucos metros depois. É lindo de se ver, mas eu nem sentia mais meus dedos de tanto frio.

Ao sair do parque, passamos por vicuñas, que são como veados, animais silvestres dessa região. Também encontramos outros bichos no caminho do pueblo de Machuca, que vive ali há 4 mil anos. Na volta mais vicuñas e o cardone, um cactus gigante que era usado como madeira. De fato o teto da Igreja de Toconao e a portinhola do campanário da vila são feitos com cardone. Hoje o cactus é protegido, mas foi quase extinto.

Dessa vez eu me senti bem o passeio todo, mas muita gente se sentiu mal pela altitude e se notava pela palidez. Ofereci minhas folhinhas de coca, mas não adiantou muito. Belén e Mariano decidiram mudar suas passagens e ir embora hoje, porque Belén está com sinusite e não se sente bem. Eu sigo até Bolívia e depois Brasil. Hasta!

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